Apenas uma semana depois, Morgan Stanley encerra recomendação de compra para Argentina
Decisão acontece após as eleições de Buenos Aires, que deram vitória à oposição de Javier Milei.

No dia em que a Argentina vê seus mercados em crise, o país recebe uma notícia extremamente negativa. Um dos principais bancos de investimentos do mundo decidiu encerrar sua recomendação de compra para os ativos argentinos.
Em relatório publicado nesta manhã, o Morgan Stanley destacou que o resultado das eleições na Província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, mostra que há uma crescente oposição às atuais políticas econômicas e monetárias do governo de Javier Milei.
“Encerramos nossa sugestão, adicionada na semana passada, de comprar considerando a fraqueza recente, embora os níveis provavelmente sejam muito mais baixos hoje, e também removemos nossa postura semelhante”, escreveram os analistas.
Antes da divulgação do documento, o índice Merval – que reúne as principais ações do país – caía mais de 10%. O resultado negativo também atingia o peso argentino, que liderava entre os piores desempenhos do mundo, com recuo de 7%.
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"Prevemos uma política monetária mais restritiva para defender o regime cambial até às eleições de outubro. Com a incerteza do mercado parecendo durar, estamos mudando para uma abordagem de esperar para ver, apesar dos níveis provavelmente muito mais baratos hoje”, comentaram.
A decisão do Morgan também se sustenta na expectativa para outro pleito marcado para outubro. Outras províncias vão eleger seus deputados e senadores, o que pode ampliar ainda mais a derrota de Milei.
"Suspeitamos que as autoridades defenderão a estabilidade cambial o máximo possível entre agora e as eleições, visto que qualquer enfraquecimento considerável do peso argentino poderá reduzir ainda mais o apoio ao governo diante das eleições de meio de mandato, como parece já ter acontecido”.
No entanto, os analistas não afastam a possibilidade de que os candidatos de Milei tenham resultados diferentes em outras regiões. Para isso, usam outro país da América do Sul como referência, dizendo que podem voltar a indicar a compra dos ativos em caso de um resultado mais favorável às reformas econômicas.
"As eleições no Equador no início deste ano são didáticas quanto à sua evolução. Apesar do desempenho inicial abaixo do esperado devido a um resultado eleitoral surpreendente no primeiro turno, os mercados permaneceram fracos até o resultado efetivo do segundo turno. No final, o Equador apresentou o cenário reformista, o que ainda pode ocorrer na Argentina, mas o mercado precisava de confirmação antes de recuperar valores anteriores”, aponta.
Na manhã desta segunda, o índice risco-país, que orienta os investidores sobre o desempenho de uma economia, superou a casa de 1,1 mil pontos na Argentina. No entanto, ao longo do dia, recuou até operar em cerca de 900 pontos, de acordo com dados do JP Morgan, responsável pelo acompanhamento.

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