Agro na Bolsa: Fiagros disparam nos últimos 12 meses e movimentam R$ 42 bilhões
Segundo a CVM, os Fiagros têm atraído um número crescente de investidores, com 63% dos fundos concentrando entre 2 mil e 5 mil cotistas.
💰 Os Fiagros, fundos de investimento voltados para o agronegócio, estão se consolidando como uma das principais ferramentas para diversificação e financiamento da cadeia produtiva no Brasil.
De acordo com o Boletim do Agronegócio, divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o patrimônio líquido dos Fiagros atingiu expressivos R$ 41,96 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2024.
O aumento representa uma alta mensal de 13% e impressionantes 124,3% nos últimos 12 meses.
Direitos creditórios ganham espaço
Uma mudança significativa no perfil dos investimentos marcou o período: pela primeira vez, os Fiagros focados em direitos creditórios (Fiagro-FIDC) superaram os produtos atrelados ao mercado imobiliário (Fiagro-FII).
Os Fiagro-FIDC agora representam 45% do total do patrimônio, enquanto os Fiagro-FII ficaram com 43%.
Segundo a CVM, os Fiagros têm atraído um número crescente de investidores, com 63% dos fundos concentrando entre 2 mil e 5 mil cotistas, enquanto 12 fundos já superaram a marca de 15 mil investidores.
David Menegon, gerente de securitização e agronegócio da CVM, destacou o impacto positivo desse crescimento: “O expressivo e constante crescimento do Fiagro demonstra seu potencial para impulsionar o financiamento do agronegócio brasileiro e ampliar as opções de diversificação de investimentos para o público em geral.”
Mercado de capitais e regulação específica
O avanço dos Fiagros também reflete o dinamismo do agronegócio no mercado de capitais, que registrou um crescimento de 22,7% em 12 meses — mais do que triplo da evolução geral do mercado (6%).
Para fortalecer o setor, a CVM anunciou novas regras para os Fiagros, que entram em vigor em março de 2025.
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A regulação inclui uma nova categoria de multimercado e estímulos para integrar o mercado de carbono, ampliando o potencial de impacto ambiental positivo do agronegócio.
CRAs e o futuro do financiamento no agro
Outro destaque são os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), que concentram R$ 10,9 bilhões nas carteiras dos Fiagros.
No total, esses títulos já somam R$ 147,4 bilhões em direitos creditórios, um crescimento de 47,7% no último ano.
Embora tenham enfrentado desafios relacionados à inadimplência, os CRAs continuam sendo um mecanismo robusto de financiamento, especialmente para atividades "dentro da porteira", como plantio, manejo e mão-de-obra, que correspondem a 89% do uso do recurso.
O IPCA segue como principal indexador, presente em 57% das emissões, enquanto 91% dos CRAs possuem prazos entre 3 e 10 anos, mostrando um equilíbrio entre retorno e segurança para investidores.
Tendências para investidores
💲 Com o agronegócio liderando o crescimento econômico do Brasil, os Fiagros e CRAs surgem como alternativas sólidas para diversificação de carteira e exposição a um setor estratégico.
A regulamentação mais robusta e o foco em mercados emergentes, como o de carbono, prometem atrair ainda mais investidores e consolidar o agronegócio como uma potência no mercado de capitais.
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