Ações do Banco do Brasil (BBAS3) desabam e BTG vê risco “estrutural”; entenda
O BTG Pactual cortou as estimativas para o banco e fez alertas para riscos considerados "estruturais"; ações acumulam caem mais de 30% desde maio.
💰 As ações do Banco do Brasil (BBAS3) seguem pressionadas no mercado desde a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, quando a instituição reportou números abaixo das expectativas.
Agora, o BTG Pactual (BPAC11) emitiu um novo relatório nesta sexta-feira (1º) reforçando o cenário desafiador e apontando que as projeções anteriores ainda estavam otimistas demais.
Por volta das 16h40, as ações do banco desabavam em 7,62, cotadas a R$ 18,30.
A equipe de análise do BTG reduziu o preço-alvo da ação de R$ 30 para R$ 24 em um horizonte de 12 meses. Com isso, manteve a recomendação neutra, reforçando o tom de cautela.
Banco já havia revisto estimativas antes, mas voltou a cortar
Após os dados fracos do 1T25, o BTG já havia ajustado suas projeções. No entanto, de acordo com o relatório mais recente, a percepção é de que os riscos foram subestimados.
“Quanto mais aprendemos, mais preocupados ficamos que nossas estimativas ainda pareciam excessivamente otimistas”, escreveram os analistas.
A nova previsão é de um lucro líquido de R$ 5 bilhões no 2T25, com ROE (retorno sobre o patrimônio) de 11,1%. Para 2025, a projeção é de R$ 23,5 bilhões de lucro e ROE de 12,5%, uma redução de 23% e 20%, respectivamente, em relação às previsões anteriores.
Já em 2026, a expectativa é de R$ 28,2 bilhões de lucro, com ROE de 14,2% — ainda 10% abaixo do consenso de mercado.
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Setor agro é o principal ponto de atenção
O grande vilão apontado pelo BTG é a deterioração no crédito rural, uma das principais frentes de atuação do Banco do Brasil.
Segundo os analistas, o problema deixou de ser apenas cíclico e ganhou contornos estruturais. A percepção é de que o banco pode enfrentar desafios mais duradouros nesse segmento. Entre os fatores que motivaram a revisão, o relatório destaca:
- Perda de relevância como banco de relacionamento primário com produtores rurais, o que pode impactar a prioridade nos pagamentos;
- Dependência de terceiros para o armazenamento de grãos utilizados como garantia, dificultando a execução de garantias;
- A Lei 14.112/20, que possibilita recuperação judicial por parte de produtores, restringindo a execução de garantias hipotecárias;
O avanço de novos produtores, os chamados “aventureiros”, que entraram no mercado durante o boom da soja e agora recorrem à recuperação judicial sem receio de perder o acesso ao crédito.
“A recuperação do agronegócio pode levar tempo e se estabelecer em condições mais fracas”, diz o relatório do BTG.
Recuperação lenta e pressão nas ações
📊 A avaliação dos analistas é que o desempenho do Banco do Brasil deve seguir pressionado nos próximos trimestres, com uma recuperação lenta e gradual.
“A deterioração dos resultados está vindo ‘de elevador’, enquanto a recuperação virá ‘subindo as escadas’”, afirmam os especialistas.
Diante desse cenário, os investidores devem acompanhar de perto a divulgação do resultado do 2T25, marcada para 14 de agosto, e avaliar a consistência das ações do banco frente aos desafios do setor agropecuário e de crédito.
BBAS3
Banco do BrasilR$ 21,63
-14,45 %
5,48 %
7.9%
7,82
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