25% das empresas antecipam piora nas margens de resultados, revela BC

Pesquisa Firmus do BC capta a percepção de empresas não financeiras do cenário econômico.

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Publicado em 28/03/2025 às 14:42h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 28/03/2025 às 14:42h Atualizado 2 dias atrás por Marina Barbosa
A margem ajuda a medir a lucratividade de uma empresa (Imagem: Shutterstock)
A margem ajuda a medir a lucratividade de uma empresa (Imagem: Shutterstock)

Empresas não financeiras estão mais pessimistas com o cenário econômico brasileiro. Por isso, reduziram as expectativas para as margens de resultados dos próximos 12 meses, revela pesquisa Firmus, do BC (Banco Central).

📉 De acordo com o Banco Central, houve uma "deterioração significativa na percepção das empresas sobre a situação econômica atual" nos últimos três meses. Isso porque, entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, subiu de 41,9% para 66,7% a parcela das empresas que avaliam o cenário como discretamente ou fortemente negativo.

Com isso, também houve uma "diminuição do otimismo quanto ao desempenho relativo do seu setor, embora ainda prevaleça o cenário de crescimento em patamar igual ou superior ao do PIB (Produto Interno Bruto)" e uma "piora nas expectativas para as margens de resultados nos próximos doze meses".

💲 Segundo a pesquisa do BC, 25% das empresas não financeiras projetam uma margem discretamente ou fortemente abaixo da atual nos próximos 12 meses. Outras 44,2% preveem estabilidade e 30,7% ainda acreditam em uma melhora do indicador. Em novembro de 2024, no entanto, 42,6% das empresas esperavam ampliar suas margens e só 14% previam uma piora do indicador.

A margem de lucro é fundamental para avaliar a situação financeira de uma empresa, pois representa quanto da receita do negócio é convertido em lucro, mostrando a sua lucratividade. Uma piora nas margens, portanto, normalmente é vista com ressalvas pelos analistas e pode se refletir na cotação das ações de uma empresa na bolsa.

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Com a pesquisa Firmus, o BC busca captar a percepção de empresas não financeiras em relação à situação de seus negócios e às variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões.

O projeto é parecido ao que o Boletim Focus representa no setor financeiro, mas ainda está em fase piloto. Esses resultados, por exemplo, representam apenas a sexta edição da Firmus e foram computados depois de o BC ouvir 156 empresas entre os dias e 10 e 28 de fevereiro.

Inflação

Com a Firmus, o BC também coletou as expectativas de inflação das empresas não financeiras do Brasil.

📊 Segundo a pesquisa, a projeção para a inflação deste ano subiu de 4,2% para 5,5% entre novembro de 2024 e fevereiro de 2024.

As empresas também elevaram a expectativa de inflação do próximo ano, de 4,0% para 4,5%. Já para 2027, foi mantida a projeção de uma alta de 4% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Vale lembrar, no entanto, que a meta de inflação é de 3% neste ano, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Por isso, o BC vem elevando a taxa básica de juros, a taxa Selic, para tentar conter a inflação.

Apesar disso, as empresas mantêm uma expectativa de crescimento de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2025.