Tripé macroeconômico: o que é e como ele te ajuda a investir melhor?

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Publicado em 19/09/2022 às 18:03h - Atualizado 2 anos atrás Publicado em 19/09/2022 às 18:03h Atualizado 2 anos atrás por Redação

Talvez você já tenha ouvido falar no tripé macroeconômico. Caso negativo, saiba que ele é o conceito mais importante da economia brasileira desde a criação do plano real. A questão é que, por se tratar de uma política de estado, no caso, do estado brasileiro, existem investidores que não entendem qual é a sua relação com os seus investimentos. Por entendermos a importância da economia de um país, hoje a Investidor10 escreveu este artigo explicando o tripé macroeconômico para te ajudar a investir melhor. Acompanhe!

O que é o tripé macroeconômico?

O que é o tripé macroeconômico?

O que é o tripé macroeconômico? O tripé macroeconômico é um conjunto de três medidas adotadas no ano de 1999 durante o governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) para direcionar a economia do país. Estas três medidas, especificamente o câmbio flutuante, metas de inflação e metas fiscais, permanecem inalteradas, sendo seguidas por todos os governos até hoje. O motivo por trás da sua adoção foi o de tornar a economia brasileira mais responsável fiscalmente, eficiente e previsível, o que ajudaria na atração de investimentos para o país. No caso, tanto as metas de inflação e metas fiscais são definidas por lei, e não dizem exatamente o que o país deve fazer, apenas aponta aonde ele precisa chegar. Caso metas não sejam alcançadas, o governo deverá oferecer explicações. No caso das metas inflação, quem deve vir a público com alguma satisfação é o BC (Banco Central). Vale destacar que apesar de não ter sido alterado desde a implantação, o tripé macroeconômico não é imune a críticas. Em todo caso, entenda melhor os seus pontos.

1. Câmbio flutuante

Em primeiro lugar, câmbio é o valor de uma moeda comparada a outra. No caso, durante os primeiros anos do plano real, o Brasil segurava o câmbio em paridade com o dólar. Isso colocava uma forte pressão sobre o banco central que constantemente precisava vender dólares para combater a procura pela moeda americana que desvalorizava o real. Esse era um modus operandi caro que acabava consumindo as reservas internacionais do país. No entanto, com o câmbio flutuante o que dita é a lei da procura e demanda. Essa medida do tripé macroeconômico é seguida por muitos outros países mundo afora. O que faz com que o real tenha um valor de acordo com a percepção de risco do país. Entretanto, vale destacar que o câmbio flutuante não exime o BC de fazer intervenções pontuais para evitar oscilações muito acentuadas.

2. Metas de inflação

Como o nome diz, as metas de inflação são a simples definição de quanto deve ser o a inflação do país baseando-se nas conjunturas atuais e em projeções futuras. Quem define essas metas é o Banco Central, como já dissemos. Entretanto, elas são definidas para um período de até três anos consecutivos dentro do tripé macroeconômico. No caso, essa meta não é completamente fixa, e o país não só pode furá-la como também conseguir ficar abaixo dela, dependendo das circunstâncias econômicas. Por isso que o banco define:

  • Meta de inflação: O valor ideal que a inflação deve alcançar, sendo aceitável uma variação pequena ao seu redor;
  • Piso da inflação: O mínimo que a inflação deve alcançar para que não se considere a possibilidade de uma redução de atividade econômica;
  • Teto da inflação: O máximo que a inflação pode chegar antes que está saia completamente do controle do governo.

3. Metas fiscais

As metas fiscais são definidas todos os anos pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que depende da aprovação do Congresso. Em resumo, essas metas se relacionam com a expectativa de arrecadação de impostos e o quanto o governo irá gastar ao longo do ano com o dinheiro acumulado. O melhor dos cenários é que a expectativa do valor gasto seja menor do que o valor arrecadado, fazendo assim com que se crie um superávit primário. Por outro lado, caso o governo gaste mais do que arrecada, então é gerado um déficit primário, e isso pode indicar descontrole nos gastos públicos, ou erro de cálculo.

Como a macroeconomia influencia nos seus investimentos?

Como a macroeconomia influencia nos seus investimentos?

Como a macroeconomia influencia nos seus investimentos? Antes de falarmos como o tripé macroeconômico pode lhe ajudar a investir melhor, vamos falar sobre a macroeconomia, que se trata da economia dos países como um todo. Pense assim, se um país não é responsável com as suas contas públicas, ele se torna um lugar menos confiável para investidores tanto nacionais como estrangeiros. Se ele é menos confiável, ele terá menos investimento, e o que faz com que ele ganhe confiança, é a sua política macroeconômica e as condições econômicas internacionais. Se, por exemplo, a taxa básica de juros do país for muito alta, como é costume no Brasil, isso desincentiva o empreendedorismo e aumenta o valor alocado em renda fixa. Se as pessoas do país se arriscam menos para abrir negócios e preferem deixar o dinheiro no banco, isso significa que a sua atividade econômica é menor no geral. Outro fator importante é a relação de um país com outros. Se esta for ruim, isso significa menos acordos econômicos, menos troca de produtos e serviços e mais dificuldade. Entretanto, se o país depende muito de produtos estrangeiros e não tem uma indústria desenvolvida, isso significa que a sua economia tem pouco valor agregado. Tudo isso e muitas outras coisas podem influenciar a rentabilidade dos investimentos.

Use o tripé macroeconômico para te ajudar a investir

Agora, em relação ao tripé macroeconômico, você pode utilizá-lo como uma baliza para avaliar se um país é responsável fiscalmente ou não. Se, por um caso, um país constantemente supera o teto das suas metas de inflação e fiscais, isso significa que a sua economia está desestabilizada. Se estas metas não existem ou não são claras, isso pode indicar que há uma falta de compromisso e responsabilidade com dinheiro da sua população. Por outro lado, analisar a taxa de câmbio também pode ser muito útil. Isso porque, se ela for flutuante, será fácil entender a força da moeda de um país. Uma moeda forte, por fim, pode indicar que o país é bem administrativo, é responsável com o dinheiro dos contribuintes e é um ambiente seguro para investimentos. Aprendeu sobre o tripé macroeconômico e como ele pode te ajudar a investir melhor? Então aproveite para acompanhar o Investidor10, pois estamos sempre publicando novos conteúdos. Siga nossas redes sociais!