Saiba quem é Michel Temer e confira a biografia, carreira e trajetória do ex-presidente do Brasil

Michel Temer: trajetória e carreira do ex-presidente

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Publicado em 14/09/2024 às 21:41h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 14/09/2024 às 21:41h Atualizado 3 dias atrás por Carlos Filadelpho
Michel Temer no cargo de Presidente da República - Foto: Reprodução.
Michel Temer no cargo de Presidente da República - Foto: Reprodução.

Quem é Michel Temer?

Michel Temer é um político importante, que serviu como o 37º presidente do Brasil de 2016 a 2018. Ele assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff.

Temer é advogado e membro do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e ao longo de sua carreira política, ocupou diversos outros cargos.

Confira um resumo com as principais informações sobre a trajetória de Michel Temer:

Nascimento e formação:

  • Data de nascimento: 23 de setembro de 1940.

  • Local de nascimento: Tietê, São Paulo, Brasil.

  • Formação: Graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e obteve seu doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Carreira política:

  • Início da carreira: Michel Temer começou sua carreira política na década de 1980.

  • Cargos públicos: Foi deputado federal por São Paulo e presidente da Câmara dos Deputados. Também atuou como secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

  • Vice-presidência: Em 2011, Temer tornou-se vice-presidente do Brasil, eleito junto com Dilma Rousseff. Ocupou essa posição até 2016, quando Dilma foi afastada em um processo de impeachment.

Presidência da república:

  • Impeachment de Dilma Rousseff: Em maio de 2016, Dilma foi afastada temporariamente da presidência devido a acusações de crime de responsabilidade, e Michel Temer assumiu como presidente interino. Em agosto de 2016, após a destituição definitiva de Dilma, Temer assumiu oficialmente a presidência.

  • Governo: Durante seu mandato, Temer implementou diversas reformas econômicas e trabalhistas, mas também enfrentou uma série de desafios que afetaram sua popularidade.

  • Fim do mandato: Temer deixou a presidência em 1º de janeiro de 2019, sendo sucedido por Jair Bolsonaro.

Após deixar a presidência, Michel Temer tem mantido uma atuação discreta, participando ocasionalmente de debates e eventos políticos.

No entanto, ele continua a ser uma figura muito influente na política brasileira, em especial dentro do MDB, partido ao qual é filiado há várias décadas.

Vida profissional de Michel Temer

Vida profissional de Michel Temer. - Foto: Agência Brasil.

Michel Temer tem uma carreira profissional marcada por sua atuação no direito e na política brasileira. Ele se formou em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) em 1963 e posteriormente obteve o título de doutor em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Além disso, ele também construiu uma carreira na área acadêmica, sendo professor de Direito Constitucional na PUC-SP por muitos anos.

Por fim, vale destacar que Temer também é autor de livros sobre direito constitucional e política, contribuindo para o debate acadêmico e jurídico no Brasil.

Atuação política de Michel Temer

A trajetória política de Temer começou na década de 1980, quando foi nomeado procurador do Estado de São Paulo.

Sua habilidade e conhecimento jurídico o levaram a ser secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo em duas ocasiões, nos governos de Franco Montoro (1983-1985) e Luiz Antônio Fleury Filho (1992-1993). Nesse cargo, destacou-se por implementar políticas de combate ao crime e pela modernização da estrutura de segurança pública no estado.

Em 1986, Temer foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo, cargo que ocupou por seis mandatos consecutivos. Durante esse período, tornou-se uma figura influente na Câmara dos Deputados, especialmente dentro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido ao qual sempre foi filiado.

Temer foi presidente da Câmara dos Deputados por três mandatos: de 1997 a 1998, de 1999 a 2000 e de 2009 a 2010. Como presidente da Câmara, ele desempenhou um papel fundamental na mediação de negociações políticas e na aprovação de importantes reformas legislativas.

Em 2010, Michel Temer foi escolhido como candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), e ambos foram eleitos.

Como vice-presidente, Temer teve um papel político relevante, especialmente como articulador entre o Executivo e o Congresso Nacional, além de liderar o MDB, que era um dos principais partidos da base aliada do governo.

A vida política de Michel Temer mudou significativamente em 2016, quando o processo de impeachment contra Dilma Rousseff ganhou força. Após o afastamento de Dilma em maio de 2016, Temer assumiu interinamente a presidência da República, sendo confirmado no cargo em agosto do mesmo ano, após a destituição definitiva de Dilma.

Como presidente, Temer implementou reformas econômicas e trabalhistas que visavam a recuperação da economia brasileira, que passava por uma crise severa.

Entre as reformas mais marcantes de seu governo, destacam-se a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017, e a Emenda Constitucional que estabeleceu um teto de gastos para o governo federal.

Temer na presidência do Brasil

Temer na Presidência do Brasil. - Foto: Agência Brasil.

Michel Temer assumiu a presidência do Brasil em 2016, em um contexto de profunda crise política e econômica. Sua ascensão ao cargo se deu após o afastamento e posterior impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Como vice-presidente eleito em 2010 e reeleito em 2014 ao lado de Dilma, Temer passou a ocupar a presidência interinamente em maio de 2016, sendo efetivado no cargo em agosto do mesmo ano, após a conclusão do processo de impeachment.

O governo de Michel Temer foi marcado por uma série de reformas estruturais com o objetivo de recuperar a economia brasileira, que na época enfrentava uma recessão severa, com queda do PIB, inflação alta e aumento do desemprego.

Teto de gastos públicos

Uma das primeiras medidas de seu governo foi a Emenda Constitucional 95, que instituiu um teto de gastos públicos, limitando o crescimento das despesas do governo federal por 20 anos.

Essa medida visava conter o aumento da dívida pública e foi recebida de forma mista: enquanto setores do mercado financeiro e economistas liberais aplaudiram a iniciativa, críticos argumentaram que o congelamento dos gastos poderia afetar negativamente áreas como saúde e educação.

Reforma trabalhista

Outra reforma significativa foi a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017. Essa reforma alterou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com o objetivo de flexibilizar as relações de trabalho, reduzir a informalidade e aumentar a competitividade das empresas.

Entre as principais mudanças estavam:

  • A possibilidade de acordos entre patrões e empregados prevalecerem sobre a legislação;

  • A regulamentação do trabalho intermitente;

  • A flexibilização do tempo de almoço e das férias.

Embora a reforma tenha sido defendida como uma forma de modernizar as leis trabalhistas e incentivar a criação de empregos, ela também foi alvo de críticas por parte de sindicatos e movimentos sociais, que a consideraram uma retirada de direitos dos trabalhadores.

Reforma da Previdência

O governo Temer também buscou implementar uma Reforma da Previdência, alegando que o sistema previdenciário brasileiro era insustentável a longo prazo.

No entanto, essa reforma encontrou uma forte resistência no Congresso Nacional e entre a população, e não foi aprovada durante seu mandato.

A proposta visava aumentar a idade mínima para aposentadoria e alterar o cálculo dos benefícios, entre outras mudanças.

Denúncias do procurador geral da República

Apesar das reformas citadas, o governo de Michel Temer foi abalado por escândalos de corrupção.

Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncias contra Temer por:

  • Corrupção passiva;

  • Obstrução de justiça;

  • Organização criminosa.

As denúncias foram baseadas em gravações e delações premiadas, gerando uma grande turbulência política e ameaçando a continuidade de seu governo.

No entanto, Temer conseguiu sobreviver às acusações, graças ao apoio que manteve no Congresso Nacional, que rejeitou todas as denúncias e impediu o prosseguimento das investigações enquanto ele estivesse no cargo.

Greve dos caminhoneiros

Outro desafio enfrentado por Temer foi a greve dos caminhoneiros em 2018, que paralisou o país por cerca de dez dias e gerou uma crise de abastecimento de combustíveis e alimentos.

A greve, que foi motivada pelo aumento do preço do diesel, expôs a fragilidade do governo e levou Temer a ceder às exigências dos grevistas, como a redução do preço do diesel e a concessão de subsídios, medidas que tiveram impacto nas contas públicas.

Final do mandato como presidente

No final de seu mandato, Michel Temer enfrentava baixos índices de popularidade, sendo um dos presidentes mais impopulares da história recente do Brasil. Ele deixou o cargo em 1º de janeiro de 2019, após a eleição de Jair Messias Bolsonaro.

Após a saída do governo, Temer foi preso em março de 2019 como parte de investigações da Operação Lava Jato, acusado de envolvimento em esquemas de corrupção. No entanto, ele foi solto poucos dias depois, mas continuou a responder a processos na Justiça.

Apesar das controvérsias e das críticas que marcaram o seu governo, Temer é visto por alguns setores como um presidente que conseguiu implementar reformas importantes em um período de grande instabilidade política e econômica no Brasil.

Governo Michel Temer e a política externa do Brasil

Durante o governo de Michel Temer, o Brasil passou por um período de transição e ajustes na política externa, marcando uma mudança em relação à administração anterior.

A atuação internacional de Temer foi guiada por uma abordagem pragmática, focada em restaurar a confiança internacional no Brasil, atrair investimentos estrangeiros e reposicionar o país em debates globais.

Uma das prioridades de sua gestão foi reconstruir as relações diplomáticas com países que haviam se distanciado durante o governo de Dilma Rousseff, especialmente devido às políticas internas e à crise econômica.

Temer buscou fortalecer os laços com os Estados Unidos, a União Europeia e países da Ásia, enfatizando a importância de acordos comerciais e cooperação econômica.

O seu governo reaproximou o Brasil de parceiros tradicionais, como os EUA, com quem buscou reestabelecer uma agenda de cooperação mais próxima, principalmente em áreas como comércio, investimentos e segurança.

No âmbito regional, o governo Temer manteve o compromisso com o Mercosul, mas adotou uma postura mais crítica em relação a regimes considerados autoritários, como o da Venezuela.

O Brasil, sob sua liderança, foi um dos países que mais pressionaram pela suspensão da Venezuela do bloco, alegando a ruptura da ordem democrática no país. Essa postura representou uma mudança significativa na política externa brasileira, que anteriormente mantinha uma linha de não intervenção.

A administração de Temer também enfrentou o desafio de gerenciar as relações com países emergentes, especialmente no contexto dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Embora as relações com a China tenham se mantido fortes, especialmente no que tange ao comércio bilateral, houve um esforço para diversificar as parcerias e reduzir a dependência de um único mercado.

Temer também procurou retomar o protagonismo do Brasil em fóruns multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e as Nações Unidas.

Durante o seu discurso na Assembleia Geral da ONU em 2016, ele destacou a democracia brasileira e a transição política pacífica após o impeachment de Dilma Rousseff, buscando reafirmar a imagem do Brasil como uma nação comprometida com os valores democráticos e a ordem internacional.

No entanto, o impacto internacional de Michel Temer foi limitado por sua baixa popularidade interna e pelas controvérsias políticas que marcaram seu governo.

As denúncias de corrupção e a crise econômica afetaram a percepção externa do Brasil, tornando difícil para seu governo exercer uma influência significativa em questões globais.

Mesmo assim, Temer conseguiu, em certa medida, reposicionar o Brasil no cenário internacional, priorizando a diplomacia econômica e buscando maior inserção do país em cadeias globais de valor.

Legado de Michel Temer pós presidência

O legado deMichel Temer na presidência do Brasil é complexo e multifacetado, refletindo tanto suas realizações políticas quanto as controvérsias que marcaram o seu governo.

Durante seus dois anos e meio como presidente, foram implementadas algumas reformas estruturais que visavam estabilizar a economia brasileira e modernizar a legislação trabalhista.

No entanto, no campo político, o legado de Temer é indissociável das controvérsias e denúncias de corrupção que envolveram seu governo. Em 2017, ele se tornou o primeiro presidente em exercício a ser denunciado por corrupção pela Procuradoria-Geral da República.

Embora o Congresso tenha barrado o prosseguimento das denúncias, as acusações abalaram sua popularidade e geraram uma crise política significativa. Essas denúncias também afetaram a imagem internacional do Brasil e contribuíram para a percepção de instabilidade política durante seu governo.

Após deixar a presidência em janeiro de 2019, Michel Temer se afastou dos holofotes e retornou a atividades mais discretas, mas continuou a enfrentar desafios legais.

Atualmente, Temer procura manter sua relevância no debate público. Ele lançou livros e participou de eventos acadêmicos, onde discutiu temas como direito constitucional e política brasileira, áreas nas quais ele sempre teve uma atuação destacada.

Sua experiência como constitucionalista e político veterano o tornou uma voz ainda ouvida em questões complexas de governança e legislação, especialmente em temas relacionados às reformas que ele mesmo tentou implementar durante seu governo.

Sendo assim, podemos afirmar que o legado de Michel Temer é marcado tanto por reformas significativas e tentativas de estabilizar a economia brasileira quanto por escândalos de corrupção que mancharam sua imagem e contribuíram para a polarização do debate político no país.

Na prática, embora a sua popularidade tenha sido considerada baixa, suas ações como presidente deixaram um impacto duradouro em várias áreas da política e da economia brasileira.

Fortuna e patrimônio de Michel Temer

Michel Temer, ao longo de sua carreira política e profissional, acumulou um patrimônio significativo, embora não seja conhecido por ostentar grandes fortunas como alguns outros políticos ou empresários brasileiros.

O seu patrimônio é composto principalmente por imóveis, como apartamentos e terrenos, além de investimentos em ativos financeiros.

Durante sua vida pública, Temer sempre declarou seus bens à Justiça Eleitoral, como é exigido pela legislação brasileira para todos os candidatos a cargos públicos.

De acordo com essas declarações, seu patrimônio inclui apartamentos em São Paulo e em Brasília, terrenos em áreas valorizadas e participação em fundos de investimentos.

Embora não existam informações públicas detalhadas sobre o valor exato de sua fortuna, é sabido que Michel Temer pertence a uma família de origem libanesa que, ao longo das décadas, construiu uma posição financeira confortável.

Além disso, sua carreira como advogado também contribuiu para seu patrimônio, uma vez que Temer é conhecido por ser um renomado constitucionalista, que já atuou em casos de grande relevância.

Vale reforçar que, ao contrário de alguns políticos, Michel Temer não é associado a um estilo de vida ostensivo.

Sua imagem pública sempre foi marcada por uma certa discrição, tanto no aspecto pessoal quanto no profissional. Mesmo durante seu mandato presidencial, ele manteve uma postura mais reservada, sem grandes demonstrações de riqueza.

Conclusão

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