Drex: o que é e qual a função da moeda digital brasileira
Desde meados de 2020, o Banco Central do Brasil (BCB) tem estudado e testado sistemas para a emissão de uma moeda digital. A representação digital do real, batizada de Drex (Diretrizes do Real Digital) em agosto de 2023, ainda não possui data para lançamento, mas segue em processo de desenvolvimento e já é uma realidade. Em fevereiro deste ano, o BC revisou diretrizes para o desenvolvimento do Real Digital (Drex). A partir de março, o BC deu início aos testes com uma plataforma piloto para operações com a moeda digital soberana, chamada "Piloto Drex". A duração prevista para esta fase é de cerca de um ano e meio. Dessa forma, o projeto piloto deve ir até o fim de 2024. Em julho de 2023, o BC incorporou aos testes do Drex 16 grupos representativos do mercado financeiro.
Qual objetivo do Drex?
O objetivo do BC com esta moeda é viabilizar para a população vários tipos de transações financeiras com ativos digitais e contratos inteligentes, de forma segura. Tudo isso acontecerá dentro da Plataforma Drex, que consiste em um ecossistema de registro distribuído (DLT, na sigla em inglês), no qual intermediários financeiros regulados converterão saldos de depósitos à vista e em moeda eletrônica em Drex. Dessa forma, os clientes terão acesso aos serviços financeiros inteligentes e em moeda digital.
Benefícios do uso do Drex
O Banco Central informa, em seu site oficial, que os serviços financeiros inteligentes estão dentro da proposta de democratização financeira do Brasil. Isso porque eles podem abrir espaço para novos provedores de serviços financeiros e novos modelos de negócios. Além disso, o BC destaca que a moeda digital reduzirá custos de transações financeiras tradicionais e inovadoras, favorecendo, assim, a democratização financeira.
Por que aderir ao Drex?
De acordo com o Banco Central, o usuário poderá fazer contratos e negócios com mais facilidade e segurança, e menor custo. Desde a venda de um carro até a compra de uma casa ou a contratação de algum tipo de serviço, a segurança será maior, segundo o BC. Isso acontecerá porque, em uma negociação, os valores serão condicionados a transferência de documentos. Isso quer dizer que se der algum problema no pagamento ou na transferência de um documento, o negócio não acontecerá e ninguém sairá no prejuízo. Isso será possível porque tanto a transferência do dinheiro quanto da propriedade ocorrerá dentro do sistema Drex, que reunirá informações tantos de ativos financeiros quanto de ativos não financeiros. Como toda a transação ocorrerá dentro desse sistema, tudo ficará mais fácil, rápido e seguro, de acordo com o BC. Hoje em dia, uma compra e venda de um carro, por exemplo, depende de mais um sistema. A transferência do dinheiro ocorre dentro do sistema bancário, enquanto a documentação é feita pelo cartório. Entretanto, a nova moeda irá unir as duas coisas, deixando a operação mais segura e mais barata.
Piloto Drex: o que é?
O Piloto Drex, conforme informa o site oficial do Banco Central do Brasil, é a fase de testes para operações com o Real Digital (Drex). O BC irá avaliar os benefícios da programabilidade da plataforma de tecnologia. Durante o processo, ocorrerá simulações de operações com ativos digitais tokenizados liquidadas no atacado com o Drex emitido pelo BC. As instituições autorizadas a participarem deste processo são usuários finais simulados, que irão realizar transações de varejo por meio do Drex, instituições financeiras autorizadas, com acesso direto a contas e passivo digital do BC e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com a emissão de Títulos Públicos Federais e a liquidação de transações envolvendo esses títulos com Entrega conta Pagamento (DvP, na sigla em inglês). “Nesta primeira fase do Piloto, serão testadas funcionalidades de privacidade e programabilidade por meio da implementação de um caso de uso específico – um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de instituições diferentes, além dos serviços que compõem essa transação”, informa o BC. Confira abaixo as 16 instituições escolhidas pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) para participarem do Piloto: • Bradesco, Nuclea e Setl • Nubank • Banco Inter, Microsoft e 7Comm • Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM • Itaú Unibanco • Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin • Caixa, Elo e Microsoft • SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred • XP, Visa • Banco BV • Banco BTG • Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft • Banco B3, B3 e B3 Digitas • Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP • MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial • Banco do Brasil A incorporação dos participantes à plataforma do Piloto Drex foi realizada em julho de 2023. Em relatório, o Banco Central reiterou que o piloto do Real Digital (Drex) é um ambiente de testes construído de maneira conjunta e colaborativa entre os seus participantes, entre eles o Banco Central do Brasil, que funciona em ambiente de desenvolvimento ou homologação, sem envolver transações reais.