CAGR: o que é, como calcular e para que serve

O CAGR (em inglês, Compound Annual Growth Rate) surge como uma ferramenta que simplifica a análise do crescimento de um investimento ao longo dos anos.
O conceito de Taxa de Crescimento Anual Composta ajuda a averiguar, de maneira prática, a variação percentual de um capital aplicado, suavizando as oscilações típicas do mercado financeiro.
Em um cenário de intensas mudanças, a partir de 2025, muitos analistas têm considerado essa métrica para comparar retornos passados e projetar cenários futuros.
Este texto aprofunda o entendimento sobre o CAGR, explica a maneira de efetuar o cálculo, aborda os pontos de atenção e traz exemplos que tornam o assunto mais claro.
A intenção é exibir um panorama completo, em uma linguagem acessível para quem deseja consolidar decisões de investimentos. Acompanhe mais um artigo do Investidor10!
O que é CAGR
CAGR, também chamada de Taxa de Crescimento Anual Composta, expressa, em percentual, a variação média que um investimento teve durante um intervalo de tempo.
Quando a pessoa investe um valor inicial (chamado de VI) e esse montante sofre oscilações ao longo dos anos até chegar em um valor final (chamado de VF), a Compound Annual Growth Rate tenta representar qual seria a taxa fixa equivalente a essa evolução.
Em termos simples, se a aplicação teve anos com bons resultados e outros com números não tão animadores, o CAGR unifica todos esses altos e baixos em um índice médio.
Dessa forma, em vez de o investidor fixar o olhar em uma rentabilidade isolada de cada ano, ele obtém uma noção mais uniforme de como o capital progrediu.
Por que a Taxa de Crescimento Anual Composta é relevante
O CAGR costuma ser considerado em análises de longo prazo.
Quem pretende entender o desempenho de ações listadas na bolsa, por exemplo, pode usar essa métrica para atenuar a volatilidade de cada ano e identificar uma curva média de evolução.
Isso também vale para fundos de investimento, planos de previdência, aplicações em renda fixa ou, ainda, para iniciativas empresariais.
- Comparação entre diferentes investimentos;
- Projeção de resultados futuros;
- Avaliação do impacto de decisões estratégicas;
- Análise mais clara da trajetória do crescimento ao longo do tempo.
Quando se faz uma avaliação de 2015 a 2025, por exemplo, e se quer descobrir se um fundo obteve uma evolução aceitável, o CAGR fornece um número que unifica todo esse período.
É uma forma de enxergar a rentabilidade média sem que um ano ruim ofusque completamente o resultado de outras temporadas.
Como funciona o cálculo do CAGR

Para quem deseja aplicar o método, é preciso saber que o cálculo da CAGR se baseia em três informações: valor inicial, valor final e quantidade de anos.
A fórmula é a seguinte:
CAGR = (VF / VI) ^ (1 / n) - 1
- VF: valor final;
- VI: valor inicial;
- n: número de anos no intervalo analisado.
Esse índice gera uma porcentagem que representa a taxa de crescimento anualizada do capital, se ele tivesse evoluído de maneira constante.
A expressão “composta” aparece porque os retornos são assumidos como acumulados (ou seja, cada ano influencia o resultado do ano seguinte).
Passo a passo
- Definir o valor inicial (VI);
- Definir o valor final (VF), após n anos;
- Estabelecer n (quantidade de anos);
- Aplicar a fórmula da Taxa de Crescimento Anual Composta;
- Transformar em percentual (multiplicando por 100).
Exemplo de aplicação
Um investidor aplicou R$10.000 em uma ação e, depois de cinco anos, encerrou a posição com R$15.000.
Para descobrir a Taxa de Crescimento Anual Composta, faz-se:
CAGR = (15.000 / 10.000) ^ (1 / 5) - 1
CAGR = (1,5) ^ 0,2 - 1
O resultado numérico (aproximado) seria cerca de 8,45%.
Essa seria a taxa que, aplicada todo ano, faria R$10.000 se transformar em R$15.000 depois de cinco anos, sem considerar riscos, volatilidade ou aportes adicionais.
Para que serve e como interpretar

Qualquer investidor que deseje avaliar o desempenho de um ativo pode recorrer ao CAGR para ter uma noção simplificada da rentabilidade.
Contudo, é essencial entender a limitação dessa métrica.
O CAGR não registra os fatores externos que podem ter influenciado a operação em determinados períodos.
Em um ambiente de mercado financeiro cada vez mais complexo, detalhes como crises setoriais, impactos de inflação ou mudanças na Selic podem fazer a performance de um ativo oscilar de modo que esse indicador não capta com perfeição.
Mesmo assim, por oferecer uma estimativa média, o Compound Annual Growth Rate ajuda a comparar diversos produtos ou até estratégias distintas, pois atua como uma régua comum.
Ao colocar lado a lado o CAGR de um fundo imobiliário e de ações de empresas dos setores de varejo e energia, por exemplo, é possível observar qual deles gerou, em termos médios, maior progresso.
Significado de valores negativos ou altos demais
- Índice negativo: indica que, no período analisado, houve perda patrimonial, ainda que com eventuais fases positivas
- Índice extremamente alto: talvez reflita um momento atípico de crescimento ou um período inicial muito baixo em valor (que, percentualmente, dá uma impressão superlativa).
Aplicações práticas
- Comparar dois ou mais ativos (ex.: ações de empresas listadas);
- Verificar a atratividade de um negócio antes de investir;
- Elaborar projeções de crescimento de receita ou lucro em uma empresa;
- Mensurar a rentabilidade de projetos de expansão.
Vantagens de usar esse indicador
CAGR é valorizado entre analistas e gestores devido à sua capacidade de simplificar a avaliação de retornos.
Em vez de observar uma sequência de subidas e descidas anuais, a métrica fornece um único número representando a “taxa hipotética” média.
Alguns benefícios:
- Leitura facilitada: serve para apresentar a evolução de um investimento em poucos passos;
- Comparabilidade: possibilita colocar lado a lado ativos com históricos distintos;
- Foco no longo prazo: atenua variações bruscas de certos anos, dando ênfase a um panorama prolongado.
O período entre 2020 e 2025 é ilustrativo.
Muitas ações tiveram resultados inesperados durante acontecimentos globais, com subidas fora do comum e quedas intensas.
Ao aplicar o CAGR, o investidor enxerga como ficaria o retorno se todo esse intervalo fosse “espremido” em uma taxa única.
Possíveis limitações
Mesmo sendo uma ferramenta bem vista, há pontos de atenção ao empregar o Compound Annual Growth Rate.
- Ocultação da volatilidade
- Dois investimentos podem ter CAGR idêntico, mas um pode ter sofrido altas e baixas bem mais intensas que o outro. O indicador não reflete essa diferença de forma direta.
- Situações macroeconômicas, como subida de juros ou crises políticas, podem influenciar substancialmente o percurso do ativo, mas o índice não separa esses efeitos.
- Quando o investidor faz contribuições extras ou retiradas no meio do caminho, o CAGR tende a inflar ou reduzir erroneamente a taxa de crescimento. É que a fórmula assume que todo o resultado se deve à evolução natural do investimento, sem injeção de capital externo.
Períodos muito curtos podem distorcer o CAGR. Em apenas doze meses, a métrica pode ficar muito impactada por movimentos de mercado pontuais.
Comparação com outros indicadores de retorno

Quem já passou algum tempo pesquisando investimentos possivelmente se deparou com outras métricas para medir desempenho.
Algumas delas são:
- Retorno total: engloba todo o acréscimo do investimento, incluindo dividendos, JCP (Juros sobre Capital Próprio) ou demais rendimentos distribuídos.
- Rentabilidade anualizada simples: considera a média aritmética do retorno por ano, sem tratar as oscilações de modo composto.
- Desvio padrão: mensura o grau de variação dos retornos, ajudando a verificar o quanto um ativo oscila.
A Taxa de Crescimento Anual Composta se enquadra em um raciocínio próprio: oferece uma taxa “fictícia” que, se aplicada anualmente, resultaria no crescimento observado ao fim do período.
Já o desvio padrão aponta se o caminho foi turbulento ou mais estável.
E o retorno total simplesmente constata a variação bruta, sem suavizar a curva.
Uso no mercado financeiro
No mercado financeiro, o CAGR aparece em relatórios de análise de ações, na avaliação de fundos de investimento, comparações de índices, estudos de viabilidade de renda variável e até na escolha de renda fixa de longo prazo.
Ele se torna um jeito prático de apresentar a evolução histórica de um ativo ou uma carteira.
Ações e fundos de ações
Muitos gestores analisam a Taxa de Crescimento Anual Composta dos lucros de uma empresa ao longo de dez anos, combinando essa informação com indicadores como ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) ou margem líquida, para verificar se há consistência no crescimento do negócio.
Fundos imobiliários
Nos fundos imobiliários, aplicar o CAGR permite ao investidor saber a que ritmo o valor da cota (mais eventuais proventos) subiu ao longo de cinco ou dez anos, considerando não apenas o preço de mercado, mas também os ganhos distribuídos. Isso mostra se o FII manteve uma trilha de evolução estável.
Renda fixa
Em produtos de renda fixa mais longos, alguns analistas gostam de comparar o CAGR da aplicação contra taxas como a Selic ou o CDI, para descobrir se o título trouxe vantagem acima do mercado padrão durante o período.
Exemplos práticos para reforçar a compreensão
Exemplo 1: ação com subidas e quedas
- 1º ano: +30%
- 2º ano: -10%
- 3º ano: +25%
Se analisarmos somente esses três anos, o investidor que entrou com R$10.000 poderia terminar com um resultado que vai além de uma simples média, pois a queda do segundo ano impacta o poder de crescimento do capital.
O CAGR resultante harmoniza tudo em um único valor, refletindo que, mesmo com uma queda no caminho, a taxa média pode ter se mantido em um patamar interessante.
Exemplo 2: comparação de dois fundos
- Fundo A: inicia com cota de R$ 100 e, após cinco anos, fica em R$ 180;• Fundo B: inicia com cota de R$100 e, após cinco anos, fica em R$220.
Para enxergar qual tem melhor crescimento composto, basta calcular a Taxa de Crescimento Anual Composta de cada um e comparar.
Mesmo que o Fundo B apresente maior valor final, por vezes a variação pode ter sido agressiva em certos pontos, levando a maior volatilidade.
Já o Fundo A pode ter subido de maneira mais linear e, no fim, teve uma taxa menor, mas com oscilações menos expressivas.
Maneiras de complementar a análise
Nenhum índice sozinho resolve toda a equação de analisar investimentos.
O CAGR revela o ritmo médio de crescimento, mas convém incluir outros aspectos na hora de tomar decisões:
- Indicadores de valuation de empresas: P/L (preço/lucro), P/VP (preço/valor patrimonial), EBITDA, entre outros;
- Aspectos qualitativos: governança corporativa, setor de atuação, inovação;
- Calendário de eventos: assembléias, divulgação de resultados trimestrais, revisões de projeções;
- Conjuntura macro: variação da Selic, inflação, PIB (Produto Interno Bruto), cenário internacional.
Quem deseja ter uma compreensão sólida costuma olhar o CAGR como um elemento de suporte. Ele indica a consistência média, mas não conta toda a história.
Conclusão
Se você deseja resultados consistentes e domínio absoluto sobre cada decisão, o Investidor10 é o seu passaporte para análises confiáveis e métricas essenciais, como o CAGR.
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