O que são Indexadores Econômicos e sua importância?

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Publicado em 30/09/2020 às 23:49h - Atualizado 5 meses atrás Publicado em 30/09/2020 às 23:49h Atualizado 5 meses atrás por Redação

Os indexadores econômicos sempre marcam presença nos noticiários e quando falamos de investimentos. Ou seja, vemos nas notícias sobre economia “o IPCA subiu”, “COPOM mantém a SELIC em 2%” e nem sempre entendemos. São várias siglas que escutamos: IPCA, IGPM, CDI, SELIC... Enfim, o que será que significam elas? O que isso importa para nossos investimentos?

Para que servem os indexadores econômicos

Conceito de indexadores e finanças.

Os indexadores são importantes para a economia e investimentos. Foto por Freepik.[/caption] Um indexador econômico é um índice que utilizamos como referência para atualizar contratos, entender a inflação e saber quanto um ativo está rendendo. Por exemplo, se você mora de aluguel, ele é reajustado a cada ano. Mas, como é feito o cálculo do reajuste? O dono do imóvel utiliza de um indexador para definir o novo valor do aluguel. Ademais, títulos públicos utilizam de indexadores como IPCA para definir o seu rendimento. Já a SELIC mostra os juros base do país. Enquanto isso, muitos fundos de investimento utilizam o CDI como forma de medir sua performance. Ou seja, o indexador é importante para a economia como um todo. Por isso, temos de conhecê-los e acompanhar suas mudanças. Afinal, essas métricas buscam representar em números o que está acontecendo na economia real.

Os principais indexadores econômicos

São vários indexadores econômicos existentes.

São vários indexadores econômicos existentes. Foto por Freepik.[/caption]

IPCA: a inflação oficial do país

Em primeiro lugar temos o IPCA. Significa Índices Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que é calculado pelo IBGE. Sendo utilizado pelo Banco Central do Brasil como medidor oficial da inflação para o país. Assim, é um importante indexador para sabermos nosso poder de compra e sempre devemos buscar investimentos que rendem acima do IPCA. Esse indexador econômico avalia a variação de preços de 9 categorias de produtos:

  • Alimentação e bebidas;
  • Artigos de residência;
  • Comunicação;
  • Despesas Pessoais;
  • Educação;
  • Habitação;
  • Saúde e cuidados pessoais;
  • Transporte; e
  • Vestuário.

Essas categoriais serão divididas em outros itens, sendo monitorados 465 subitens. Portanto, precisamos que nossos investimentos estejam sempre acima do IPCA. Pois, assim garantimos que estamos tendo lucro acima da inflação. Por exemplo, de julho/2019 a agosto/2020 o IPCA foi de 2,44%. E, digamos, no mesmo período seu investimento rendeu líquidos 2,30%. Temos que seu patrimônio só cresceu 0,30% na prática!

SELIC: a taxa básica de juros do país

Sem dúvidas a taxa SELIC é o nome mais repetido no mundo financeiro. Parece que tudo está relacionado a ela. E está mesmo. Afinal, a SELIC é a taxa básica de juros da economia. Assim, ela influencia todos os juros praticados no país. Desde os empréstimos de bancos aos rendimentos de investimentos. Ademais, SELIC significa “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”. Esse sistema é administrado pelo Banco Central, onde são negociados os títulos públicos federais. Logo, a taxa média dessas operações feitas no sistema diariamente equivale à taxa Selic. No caso, as operações são os empréstimos de apenas um dia entre instituições financeiras, com títulos públicos federais como garantia. Quando a SELIC aumenta, ocorre a queda no consumo, pois o crédito fica mais caro para todo mundo. Em contrapartida, quando a inflação está controlada e há espaço, a taxa de juros é reduzida para aquecer a economia. Portanto, temos 3 efeitos da taxa Selic:

  1. Crédito: ela é referência para o custo das linhas de crédito. Quando ela varia, empréstimos e financiamentos ficam mais caros ou mais baratos.
  2. Consumo: quando o crédito fica mais caro, a tendência é do consumo reduzir. Já quando o crédito fica mais barato, o consumo tende a subir.
  3. Investimentos: uma SELIC elevada beneficia a renda fixa, por serem títulos mais seguros. Entretanto, quando ela está baixa investidores buscam melhores retornos na renda variável.

IGPM: reajuste de contratos

O Índice geral de Preços do Mercado (IGPM) é um indicador calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assim como o IPCA, ele busca medir a inflação do país. Assim, é calculado mensalmente a variação de preços de matérias primas agrícolas e industrias, além dos produtos e serviços para consumidor final. O cálculo é feito com base em três índices diferentes:

  • (IPA-M) Índice de Preços ao Produtor Amplo: preços dos produtos industriais e agropecuários entre empresas.
  • (IPC-M) Índice de Preços ao Consumidor: medição semelhante ao IPCA que comentamos;
  • (INCC-M) Índice Nacional de Custo de Construção: preços da construção residencial.

Cada um desses índices terá um peso sobre o IGPM final. Sendo:

  • IPA-M: 60%
  • IPC-M: 30%
  • INCC-M: 10%

Ou seja, vemos que o IGPM tem um foco maior na variação de preços entre empresas. Assim, ele se torna mais amplo que o IPCA. Exemplos de itens que usam o IGPM para reajuste:

  • Mensalidade de escolas e faculdades;
  • Aluguel;
  • Energia;
  • Seguros; e
  • Planos de saúde.

Para investidores de Fundo Imobiliário, o IGPM é indexador essencial para entender. Os ativos dos FII possuem o valor de seus contratos atualizados seguindo o IGPM. Indexadores econômicos nos falam sobre os rendimentos em ativos. Juros mais altos beneficiam investidores, mas prejudica a economia. É essencial um equilíbrio. Foto por Freepik.[/caption]

CDI: o índice da renda fixa

Por fim, a taxa do CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. Sendo assim, a taxa de empréstimo interbancário. O CDI existe, pois, por lei, os bancos precisam finalizar o dia com balanços positivos. E nem sempre eles finalizam o dia positivo. Logo, os bancos pegam um empréstimo de curto prazo com outros bancos. Ademais, a diferença do CDI para a SELIC é o sistema de registro: o CDI é registrado na Bolsa de Valores. Já a SELIC é negociada através do Banco Central tendo títulos públicos em garantia. Aliás, os Certificados de Depósito Bancário (CDB) tem sua rentabilidade medida pelo o CDI. Logo, se você aplicar em um CDB que pague 110% do CDI ao ano. E que em um determinado ano o CDI seja de 10%, seu rendimento será de 11%. Veja o cálculo:

Rentabilidade: 110% x 10% = 11%

Além desse ativo, muitos fundos, em especial os de renda fixa, irão utilizar o CDI como métrica para avaliar sua performance. Por isso a importância de saber o que é o CDI, para verificar se o fundo de investimento que você aplicou está tendo retornos adequados. Por fim, entendemos que os indexadores econômicos são muitos importantes. Não só para a economia como um todo, mas especialmente para os investimentos. Afinal, é através dos indexadores econômicos que comparamos a rentabilidade de nossos investimentos. Agora, sempre que você ver essas siglas nas notícias ou no prospecto de um investimento, saberá exatamente o que são.

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