Vale (VALE3) despenca mais de 5% e valor da empresa recua ao menor patamar desde 2020

Nesta terça-feira (8), as ações da Vale (VALE3) sentiram o impacto direto da nova investida tarifária dos Estados Unidos contra a China.

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Publicado em 08/04/2025 às 16:30h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 08/04/2025 às 16:30h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
Por volta das 15h40, os papéis VALE3 eram negociados a R$ 50,05, em baixa de 3,90% no pregão (Imagem: Shutterstock)
Por volta das 15h40, os papéis VALE3 eram negociados a R$ 50,05, em baixa de 3,90% no pregão (Imagem: Shutterstock)

🚨 O clima esquentou no tabuleiro do comércio internacional — e os reflexos chegaram com força à B3 (B3SA3).

Nesta terça-feira (8), as ações da Vale (VALE3) sentiram o impacto direto da nova investida tarifária dos Estados Unidos contra a China, provocando uma queda expressiva de mais de 5% nos papéis da mineradora durante a sessão.

A Casa Branca confirmou que, a partir de quarta-feira (9), passará a aplicar tarifas de até 104% sobre produtos chineses importados.

A decisão elevou a tensão nos mercados globais e teve efeitos imediatos sobre ativos ligados à demanda por commodities, especialmente o minério de ferro — do qual a China é um dos principais consumidores mundiais.

R$ 55 bilhões evaporam e mercado vê menor valuation da Vale em cinco anos

A reação do mercado não demorou. Os investidores enxergaram nas novas tarifas um risco direto à atividade econômica chinesa, o que pode se traduzir em menor consumo de minério.

Resultado: as ações da Vale desabaram, arrastando consigo o valor de mercado da companhia, que encolheu US$ 11 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões), chegando a US$ 224,8 bilhões — o menor valor registrado desde 2020.

Por volta das 15h40, os papéis VALE3 eram negociados a R$ 50,05, em baixa de 3,90% no pregão. No acumulado de 2025, a performance da ação segue negativa, com queda de 5% no ano.

Mais um baque após perdas bilionárias

Esta não é a primeira vez que a mineradora sente os efeitos colaterais das decisões de Donald Trump. Na semana anterior, a sinalização de tarifas recíprocas já havia abalado o mercado.

Entre os dias 2 e 3 de abril, Vale e Petrobras (PETR4) perderam, juntas, R$ 25,9 bilhões em valor de mercado.

A maior parte da perda veio da estatal petrolífera, impactada pela queda acentuada no preço do petróleo, mas a Vale também foi atingida, com recuo de R$ 8,7 bilhões em sua capitalização.

Na ocasião, os EUA impuseram uma tarifa de 34% sobre produtos chineses e uma alíquota de 10% sobre itens brasileiros, intensificando ainda mais a retórica protecionista que tem assustado os mercados.

➡️ Leia mais: EUA confirmam tarifas contra China que totalizam 104%; dólar bate R$ 6

Alívio nos mercados globais virou pânico após nova taxa

Nesta terça, o início do pregão foi de otimismo. Bolsas asiáticas e europeias encerraram o dia em alta, refletindo sinais de que diversos países estariam dispostos a negociar com Washington.

A própria Casa Branca informou que mais de 70 nações haviam procurado o governo norte-americano para dialogar sobre a suspensão das tarifas, entre elas Japão, Vietnã e Coreia do Sul.

Mas o fôlego comprador durou pouco. Com a confirmação da tarifa de 104% sobre produtos chineses, os mercados viraram.

Wall Street devolveu os ganhos da manhã, o Ibovespa renovou as mínimas do dia e o dólar se aproximou dos R$ 6 no mercado à vista.

Perspectivas incertas para a Vale e para o setor de commodities

A nova rodada da guerra comercial aprofunda as incertezas sobre o crescimento global e coloca em xeque as expectativas para os mercados emergentes e exportadores de commodities.

Para empresas como a Vale, cujos resultados dependem diretamente da demanda chinesa por minério de ferro, esse ambiente mais protecionista pode pressionar ainda mais margens e projeções futuras.

📊 Investidores seguem atentos aos próximos movimentos de Pequim e Washington, enquanto o setor de mineração enfrenta dias desafiadores. 

VALE3

Vale
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