União Brasil rompe com governo Lula e vai devolver ministérios; entenda
A decisão, que deve ser oficializada até setembro, representa o rompimento definitivo entre a legenda e o Palácio do Planalto.

🚨 O União Brasil decidiu formalizar sua saída do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anunciou que devolverá dois dos ministérios atualmente sob sua indicação.
A informação foi antecipada pela coluna da jornalista Andreza Matais, do Metrópoles, e marca um novo capítulo na fragilidade da base aliada no Congresso.
A decisão, que deve ser oficializada até setembro, representa o rompimento definitivo entre a legenda e o Palácio do Planalto.
A movimentação acontece em meio à intensificação do distanciamento político do União Brasil em relação ao governo, especialmente após declarações públicas críticas feitas por líderes do partido.
Ministros devem deixar o cargo com a saída da legenda
Atualmente, três ministros do governo federal estão vinculados ao União Brasil, mas apenas um deles é filiado oficialmente ao partido: Celso Sabino, titular do Ministério do Turismo.
Segundo apuração do Metrópoles, Sabino corre o risco de ser expulso da legenda caso insista em permanecer no cargo, o que é visto como uma quebra de alinhamento institucional.
Outro nome que deve deixar o governo é Frederico Siqueira, hoje à frente do Ministério das Comunicações.
Embora não seja filiado a nenhuma sigla, sua nomeação foi feita a partir de uma indicação direta do União Brasil. Com a nova diretriz, Siqueira será orientado a se afastar da função.
A exceção é Waldez Góes, ministro da Integração Nacional. Filiado ao PDT, Góes se mantém no cargo graças ao apoio do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que exerce grande influência dentro da legenda.
Segundo interlocutores do partido, o prestígio de Alcolumbre é tão expressivo que nem mesmo o presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, interfere em suas indicações.
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União Brasil fragiliza ainda mais a base governista na Câmara
Com 59 deputados federais, o União Brasil representa a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, atrás apenas do PL (99 parlamentares) e do PT (67).
A saída da legenda impõe novos obstáculos ao Palácio do Planalto, principalmente no avanço de pautas estratégicas para o Executivo.
O impacto direto será sentido na articulação política para a aprovação de projetos prioritários, sobretudo os que envolvem o orçamento e a tentativa de reeleição de Lula em 2026.
A debandada também aumenta o risco de isolamento do governo frente à oposição de centro-direita, que começa a se articular em torno de nomes com potencial para disputar a presidência.
Federação com o PP e críticas públicas selaram o rompimento
Embora o desligamento formal só esteja previsto para os próximos meses, a ruptura entre o União Brasil e o governo já vinha se desenhando desde abril, quando a sigla firmou uma federação com o Progressistas (PP) — partido que faz oposição sistemática ao governo.
Pelas regras da federação, ambas as legendas deverão apoiar o mesmo candidato à Presidência da República, afastando de vez a possibilidade de alinhamento com Lula em 2026.
O estopim, no entanto, veio em julho, após um evento promovido pela XP Investimentos, em São Paulo.
Na ocasião, Antonio Rueda criticou abertamente o governo federal, afirmando que a gestão petista carece de "coragem" e "seriedade". O dirigente também defendeu a substituição de Lula na corrida presidencial de 2026.
“O que a gente imagina é que esse campo, da centro-direita, vai se unificar em torno de uma candidatura. Hoje você já ouve falar muito do Tarcísio, do Ratinho, do Zema e do próprio Caiado, que é o nosso pré-candidato. E eu enxergo que esse movimento vai ser mais eficaz”, afirmou Rueda, segundo relato da coluna.
Durante o mesmo discurso, Rueda também atribuiu ao governo Lula parte da responsabilidade pelas tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — contrariando a narrativa do Planalto, que responsabiliza aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Planalto reage, mas partido mantém tom de enfrentamento
As declarações de Rueda tiveram repercussão imediata. Em resposta, o presidente Lula convocou uma reunião fora da agenda oficial com os três ministros ligados ao União Brasil.
O encontro ocorreu cinco dias após o episódio e teve como objetivo reafirmar a necessidade de apoio político da legenda no Congresso Nacional para a manutenção dos cargos.
A resposta de Antonio Rueda veio por meio das redes sociais, em tom enfático:
“O compromisso do União não é com cargos ou conveniências, é com princípios. Seguiremos apoiando o que for certo e denunciando os erros, sem medo de desagradar. Independência não se negocia.”
Em outro trecho, Rueda reforçou o posicionamento crítico da legenda:
“O União nunca vai se furtar à crítica, à autonomia ou à responsabilidade com o que realmente importa: o país. Quando decisões se afastam do interesse público, como tem frequentemente ocorrido no governo, o silêncio não é uma opção.”
Cenário político mais incerto rumo a 2026
📊 O distanciamento do União Brasil se soma a uma série de desafios enfrentados pelo governo na composição de sua base aliada, que já vinha apresentando dificuldades em articulações recentes no Legislativo.
A perspectiva de perda de apoio de uma bancada expressiva na Câmara exige que o Planalto busque novas alianças para garantir a estabilidade institucional necessária até o fim do mandato.
Enquanto isso, o campo da centro-direita começa a se organizar de forma mais consistente, com nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO) ganhando força como alternativas viáveis para a disputa presidencial.
A saída do União Brasil, portanto, não é apenas uma movimentação administrativa: trata-se de uma sinalização política clara de que a disputa por 2026 já começou.

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