Tudo sobre bolsas asiáticas: veja as principais, como investir e se vale a pena

Para investidores interessados em ações, acompanhar as movimentações das bolsas asiáticas é essencial, pois as tendências podem influenciar o mercado brasileiro.

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Publicado em 14/04/2024 às 14:39h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 14/04/2024 às 14:39h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
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💰 Nas últimas décadas, as bolsas asiáticas ganharam destaque no cenário global devido à ascensão econômica de países como a China, que figura entre as maiores potências do mundo. Para investidores interessados em ações, acompanhar as movimentações das bolsas asiáticas é essencial, pois as tendências podem influenciar o mercado brasileiro.

O mercado financeiro asiático é composto por bolsas de valores nos principais países do continente, como a China, Coreia do Sul e Japão, com grande representatividade internacional. A China é a segunda maior economia global, enquanto o Japão, mesmo com território reduzido, ganhou destaque no século XX como uma das principais economias mundiais.

Os principais atrativos para investir na Ásia incluem a diversificação da economia, as vantagens demográficas e o desenvolvimento tecnológico que impulsiona o crescimento econômico da região.

Ainda, as bolsas de valores asiáticas estão cada vez mais adotando normas internacionais de governança corporativa e relatórios financeiros para atrair investidores estrangeiros e promover a transparência do mercado.

Como investir?

Para investir nas bolsas asiáticas, é possível abrir uma conta em uma corretora local ou adquirir ETFs no Brasil que replicam as principais empresas asiáticas, como o XINA11, com portfólio de ações das grandes organizações da China. Outra alternativa são os ADRs listados na bolsa americana.

Um investidor iniciante que planeje investir no mercado asiático deve começar com uma análise cuidadosa do mercado, considerando a dinâmica das diferentes bolsas de valores, os setores mais promissores, as regulamentações locais e as tendências econômicas. Será necessário selecionar uma corretora que ofereça acesso ao mercado asiático e suporte aos investidores.

Apesar de Wall Street ser uma referência para investimentos internacionais, o bloco asiático também é um importante centro econômico. Países como China, Japão e Coreia do Sul abrigam grandes corporações nas áreas de tecnologia e consumo, com oportunidades promissoras aos investidores.

Ainda, as bolsas de valores asiáticas estão cada vez mais adotando normas internacionais de governança corporativa e relatórios financeiros para atrair investidores estrangeiros e promover a transparência do mercado.

Principais bolsas asiáticas

As três maiores bolsas asiáticas são a TSE (Tokyo Stock Exchange), SSE (Shanghai Stock Exchange) e a HKEX (Hong Kong Stock Exchange).

  • Tokyo Stock Exchange

A Tokyo Stock Exchange, também conhecida como TSE, é a Bolsa de Valores do Japão e ocupa posição de destaque entre as maiores bolsas do mundo, atrás apenas da Nyse e da Nasdaq, ambas dos Estados Unidos, que são as duas maiores do mundo.

A TSE lista algumas das maiores empresas do mercado japonês, incluindo Toyota, SoftBank, Fast Retailing, Honda e Mitsubishi, entre outras. Os principais índices financeiros para medir o desempenho são o Nikkei 225 e o Topix.

Fundada em 1º de janeiro de 2003, a bolsa possui uma capitalização de mercado estimada em cerca de US$ 6,71 trilhões.

  • Hong Kong Stock Exchange

A Bolsa de Valores de Hong Kong é a terceira maior bolsa da Ásia e tem uma longa história de negociações desde 1891.

Devido ao passado de Hong Kong como colônia inglesa, a dinâmica da sua bolsa difere da de Xangai, pois é mais independente em relação ao governo.

Por essa razão, a bolsa de Hong Kong é mais acessível a investidores internacionais e foi formada após a fusão de quatro bolsas independentes de Hong Kong em 1986.

O principal índice da bolsa é o Hang Seng Index, e sua capitalização de mercado é estimada em cerca de US$ 6,87 trilhões.

  • Shanghai Stock Exchange

A Shanghai Stock Exchange está entre as maiores bolsas de valores do mundo. No entanto, diferente das demais, ela é controlada pela Comissão de Valores Mobiliários da China.

Dessa forma, a Bolsa de Xangai não oferece total liberdade para investidores estrangeiros, pois impõe limitações ao fluxo de capitais internacionais.

O formato atual da Bolsa foi estabelecido em novembro de 1990 e abriga negociações de importantes empresas, como ICBC, Agricultural Bank of China e Bank of China.

A capitalização de mercado da Bolsa de Xangai é estimada em cerca de US$ 7,63 trilhões, e tem como índice principal o SSE Composite.

Vale a pena investir?

Independentemente de onde se deseja investir, o processo de identificação das oportunidades segue sempre o mesmo roteiro, com ponto de partida uma definição dos objetivos, que são rentabilidade e tolerância ao risco, explica o presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, Cláudio Felisoni.

“Muito embora Wall Street seja a referência para investimentos fora do País, é preciso considerar que a dinâmica da economia mundial tem evidenciado crescentemente o bloco asiático como importante centro de captação de recursos. As bolsas asiáticas têm um papel fundamental, refletindo o dinamismo e o impacto econômico de países como China, Japão e Coreia do Sul. Esses países são a sede de grandes corporações e, portanto, naturalmente oferecem oportunidades interessantes de investimentos, especialmente nas áreas de tecnologia e consumo, diz Felisoni.

Além disso, investir diretamente em bolsas asiáticas pode ser uma alternativa às BDRs (Brazilian Depositary Receipts), para, por exemplo, mitigar risco ampliando a diversificação de portfólio. Felisone explica que isso permite que os investidores acessem uma variedade mais ampla de setores e regiões geográficas, reduzindo o risco de concentração em um único mercado.

Por outro lado, o professor ressalta que há diferenças significativas entre as bolsas asiáticas e ocidentais, estabelecidas por padrões distintos de evolução, particularmente no que diz respeito à divulgação de informação. “As bolsas ocidentais tendem a ter maior transparência. Outro ponto decorrente provavelmente da maior maturidade é que as bolsas ocidentais têm padrões de operação mais rígidos ", considera.

E a crise imobiliária na China?

A China é uma grande influenciadora do mercado financeiro, mesmo com a crise imobiliária que persegue o país. O Professor explica que essa crise surgiu com a pandemia e reflete um aspecto estrutural, associado a redução da população em idade ativa, além da queda da produtividade média da economia chinesa.

“A resultante é a insolvência de importantes empresas do segmento imobiliário com efeitos muito significativos sobre a confiança de modo geral. Embora as manifestações do governo seja na direção da não intervenção, é muito pouco provável que isso efetivamente ocorra. Os especialistas em mercado chinês têm assinalado que a presença do estado de alguma forma se efetivará de modo a mitigar seus efeitos sobre a economia chinesa de modo geral”, conclui.