Tesouro Nacional bate recorde histórico de emissões e atinge R$ 204 bilhões
O mês de fevereiro foi marcado por uma distribuição mais diversificada entre os principais indexadores, incluindo títulos prefixados e atrelados a índices de preço.

💲 O Tesouro Nacional registrou, em fevereiro, a maior emissão nominal de títulos públicos da série histórica, totalizando R$ 204 bilhões.
A informação foi apresentada por Helano Borges Dias, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, durante entrevista coletiva sobre o Relatório Mensal da Dívida (RMD) divulgado recentemente.
O mês de fevereiro foi marcado por uma distribuição mais diversificada entre os principais indexadores, incluindo títulos prefixados e atrelados a índices de preço.
Essa estratégia difere do observado em janeiro, quando predominou a emissão de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), indexadas à taxa Selic.
Segundo Borges Dias, essa diversificação representa uma mudança significativa em relação ao comportamento observado no ano passado.
Outro destaque de fevereiro foi a emissão externa do Global 2035, que movimentou cerca de R$ 14,48 bilhões e recebeu uma boa aceitação do mercado internacional.
Apesar disso, Helano Borges afirmou que a composição geral da dívida pública federal não sofreu alterações substanciais entre janeiro e fevereiro de 2025.
Em março, o Tesouro Nacional manteve um ritmo intenso de emissões, totalizando R$ 120 bilhões em novos títulos, com mais de 50% dessa emissão concentrada em papéis prefixados.
As Letras Financeiras do Tesouro, por sua vez, representaram aproximadamente 40% do total emitido. A estratégia demonstra um esforço contínuo do Tesouro em diversificar os instrumentos disponíveis no mercado e alongar o prazo médio da dívida.
Qualidade da dívida e curva de juros
O coordenador destacou que, nos três primeiros meses de 2025, a qualidade das emissões foi superior à do mesmo período do ano anterior.
Isso se deve à distribuição mais equilibrada entre os componentes da dívida pública e à extensão do prazo médio dos novos títulos emitidos, um fator essencial para garantir a sustentabilidade da dívida a longo prazo.
Ainda de acordo com Borges Dias, a curva de juros local apresentou uma perda de inclinação recente devido à reprecificação das expectativas do mercado em relação à taxa Selic.
Esse movimento é reflexo de uma atividade econômica mais fraca do que o inicialmente projetado, além de dados econômicos que indicam um cenário menos favorável para o crescimento.
No cenário externo, os investidores reavaliaram as perspectivas para a política monetária dos Estados Unidos, precificando uma trajetória mais restritiva para a taxa básica de juros americana.
Isso resultou em uma redução do apetite de risco de forma generalizada, impactando diretamente os fluxos de capital para mercados emergentes como o Brasil.
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Aumento do custo médio da dívida pública
O custo médio da Dívida Pública Federal (DPF) acumulado em 12 meses foi de 11,57% em fevereiro, um aumento em relação aos 11,4% registrados em janeiro.
No caso da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), o custo médio subiu para 11,06%, frente aos 10,88% do mês anterior.
Borges Dias destacou que parte desse aumento é resultado da metodologia de cálculo, que considera um período de 12 meses e reflete o impacto do recente aumento da Selic.
No entanto, ele também ressaltou que a composição diversificada dos títulos emitidos contribui para suavizar os movimentos de alta no custo médio da dívida.
Colchão de liquidez e perspectivas
O volume expressivo de emissões nos primeiros meses do ano também resultou em um aumento significativo no chamado “colchão de liquidez”.
Esse mecanismo subiu 19,47%, passando de R$ 743,92 bilhões em janeiro para R$ 888,78 bilhões em fevereiro, valor suficiente para cobrir aproximadamente 6,66 meses de vencimentos.
📊 Essa reserva financeira adicional oferece maior liberdade ao Tesouro para gerenciar a dívida pública, especialmente em períodos de maior volatilidade no mercado.

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