Tesouro Direto em dólar? Brasil pega emprestado US$ 2,75 bilhões em renda fixa

No caso, o Tesouro Nacional permitiu a emissão de títulos públicos em dólares para levantar dinheiro no mercado internacional.

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Publicado em 04/06/2025 às 19:26h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 04/06/2025 às 19:26h Atualizado 1 dia atrás por Lucas Simões
Não é no Tesouro Direto, mas sim no exterior (Imagem: Shutterstock)
Não é no Tesouro Direto, mas sim no exterior (Imagem: Shutterstock)

💵 Até o momento, não é possível pegar títulos públicos em dólares no Tesouro Direto como pessoa física, mas o governo brasileiro conseguiu pegar emprestado US$ 2,75 bilhões ao emitir dívida pública no mercado internacional nesta quarta-feira (4). A operação foi liderada pelos bancos BNP Paribas, Citigroup e Santander.

O próprio Tesouro Nacional anunciou que permitiu a emissão de títulos no exterior com dois prazos de vencimento distintos: um novo título em dólares de 5 anos, com vencimento em 2030, além da reabertura do atual título em dólares de 10 anos, cujo vencimento encerra-se em 2035.

E a pergunta que não quer calar: quanto o governo brasileiro está pagando pelos seus títulos de renda fixa em dólar? Bem, o título estreante com vencimento em 2030 rendeu US$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, mediante os juros compostos com taxa fixa de 5,68% ao ano, bem abaixo da taxa inicial de 6,125% ao ano usada para sondar o mercado.

O Brasil já havia tomado um empréstimo de US$ 2,5 bilhões em fevereiro ao emitir dívida pública com o título em dólares com vencimento em 2035. Dessa vez, o Tesouro Nacional captou cerca de US$ 1,25 bilhão nessa modalidade, a um custo de taxa fixa em 6,73% ao ano, ligeiramente abaixo do patamar de 6,75% ao ano travado em fevereiro.

Em comparação, o título do governo dos Estados Unidos com vencimento em 10 anos exibia um rendimento de 4,35% ao ano aos investidores que topassem financiar a máquina pública americana. No início de abril, os mesmos títulos públicos ofereciam menos de 4% ao ano, já que as taxas subiram desde então, quando agências de classificação de risco rebaixaram a nota de crédito dos EUA.

A meta do governo Lula é ter entre 3% e 7% da sua dívida em títulos de renda fixa em dólar, dando continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.

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