Taxas do Tesouro Direto caem com prévia da inflação melhor em junho, mas com um susto

Renda fixa do governo com vencimento no longo prazo continua pagando juros compostos maiores.

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Publicado em 26/06/2025 às 17:07h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 26/06/2025 às 17:07h Atualizado 2 minutos atrás por Lucas Simões
Risco fiscal ainda mantém IPCA+ 7% ao ano como oportunidade (Imagem: Shutterstock)
Risco fiscal ainda mantém IPCA+ 7% ao ano como oportunidade (Imagem: Shutterstock)

A maioria das taxas oferecidas no Tesouro Direto encontrava-se menor nesta quinta-feira (26), com exceção apenas do Tesouro IPCA+ 2050, cujos juros compostos seguiam crescentes, apesar de o IPCA-15 em junho ter saído melhor que a encomenda.

A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou para 0,26%, ficando abaixo dos 0,36% observados em maio e dos 0,30% esperados pelo mercado. Logo, o acumulado em 12 meses caiu de 5,40% para 5,27%.

Com os dados oficiais indicando que o aumento generalizado de preços no Brasil está perdendo força, ao mesmo tempo, cai o prêmio de risco pago pela renda fixa do governo, já que juros compostos tão elevados não faria sentido se o Banco Central começaria a ver espaço para cortar a taxa Selic do atual patamar de 15% ao ano.

Entretanto, a queda das taxas no Tesouro Direto se restringiu apenas sobre os títulos públicos com vencimentos curtos e intermediários. Como dito, o Tesouro IPCA+ 2050 viu, na verdade, a sua remuneração subir de IPCA+ 6,93% ao ano na véspera para os atuais IPCA+ 6,94% ao ano.

Ou seja, quem está disposto a emprestar o seu dinheiro ao governo brasileiro pelos próximos 25 anos ainda exige um prêmio de risco considerável, taxas que dispararam de uma mínima de IPCA+ 6,83% ao ano nos últimos dias, com o mercado repercutindo a derrota do decreto presidencial do IOF no Congresso nacional.

Ao mesmo tempo, o governo Lula se vê encurralado a procurar outras formas de compensar o aumento de arrecadação que tentava com o IOF, e é justamente isso que pode pesar nas taxas do Tesouro Direto. Conforme apuração do Investidor10, existem ao menos três alternativas para o Poder Executivo.

Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 26 de junho de 2025:

Títulos pré-fixados

  • Tesouro Prefixado 2028 = Aporte mínimo de R$ 7,29 (Rentabilidade: 13,39% ao ano)
  • Tesouro Prefixado 2032 = Aporte mínimo de R$ 4,36 (Rentabilidade: 13,65% ao ano)

Títulos pós-fixados

  • Tesouro Selic 2028 = Aporte mínimo de R$ 168,03 (Rentabilidade: Selic + 0,0507% ao ano)
  • Tesouro Selic 2031 = Aporte mínimo de R$ 167,25 (Rentabilidade: Selic + 0,1065% ao ano)

Títulos indexados à Inflação

  • Tesouro IPCA+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 34,16 (Rentabilidade: IPCA + 7,55% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 16,33 (Rentabilidade: IPCA + 7,00% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 8,46 (Rentabilidade: IPCA + 6,94% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 41,82 (Rentabilidade: IPCA + 7,25% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,49 (Rentabilidade: IPCA + 7,12% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,32 (Rentabilidade: IPCA + 7,06% ao ano)

Títulos para aposentadoria extra

  • Tesouro Renda+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 18,16 (Rentabilidade: IPCA + 7,09% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 13,11 (Rentabilidade: IPCA + 7,00% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 9,44 (Rentabilidade: IPCA + 6,96% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2045 = Aporte mínimo de R$ 6,78 (Rentabilidade: IPCA + 6,95% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 4,88 (Rentabilidade: IPCA + 6,93% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2055 = Aporte mínimo de R$ 3,48 (Rentabilidade: IPCA + 6,94% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2060 = Aporte mínimo de R$ 2,48 (Rentabilidade: IPCA + 6,95% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2065 = Aporte mínimo de R$ 1,78 (Rentabilidade: IPCA + 6,95% ao ano)

Títulos para custear estudos

  • Tesouro Educa+ 2026 = Aporte mínimo de R$ 36,13 (Rentabilidade: IPCA + 7,94% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2027 = Aporte mínimo de R$ 33,79 (Rentabilidade: IPCA + 7,68% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2028 = Aporte mínimo de R$ 31,63 (Rentabilidade: IPCA + 7,51% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 29,62 (Rentabilidade: IPCA + 7,40% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 27,70 (Rentabilidade: IPCA + 7,33% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2031 = Aporte mínimo de R$ 25,94 (Rentabilidade: IPCA + 7,26% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2032 = Aporte mínimo de R$ 24,30 (Rentabilidade: IPCA + 7,20% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2033 = Aporte mínimo de R$ 22,80 (Rentabilidade: IPCA + 7,15% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2034 = Aporte mínimo de R$ 21,37 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 20,05 (Rentabilidade: IPCA + 7,07% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2036 = Aporte mínimo de R$ 17,80 (Rentabilidade: IPCA + 7,05% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2037 = Aporte mínimo de R$ 17,61 (Rentabilidade: IPCA + 7,03% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2038 = Aporte mínimo de R$ 16,48 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2039 = Aporte mínimo de R$ 15,42 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 14,41 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2041 = Aporte mínimo de R$ 13,45 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2042 = Aporte mínimo de R$ 12,57 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2043 = Aporte mínimo de R$ 11,77 (Rentabilidade: IPCA + 7,01% ao ano)