Startups: Brasil concentra 62,9% do mercado latino-americano

Com mais de 13 mil empresas de tecnologia, país atraiu US$ 4,4 bilhões em investimentos de venture capture em 2022

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Publicado em 04/10/2023 às 18:37h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 04/10/2023 às 18:37h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
As fintechs são as startups mais comuns no Brasil. Foto: Shutterstock
As fintechs são as startups mais comuns no Brasil. Foto: Shutterstock

O Brasil concentra 62,9% das startups da América Latina. São mais de 13 mil empresas que levam a tecnologia a diversos segmentos da economia, como os setores financeiro, varejo e saúde.

De acordo com o Panorama Tech América Latina 2023, 22.750 startups foram mapeadas na região neste ano. E a maior parte delas (13.365) está no Brasil. México e Argentina aparecem na sequência, no ranking dos maiores polos de startups da região. Veja os números:

  • Brasil: 13.365;
  • México: 2.482;
  • Argentina: 1.509;
  • Colômbia: 1.315;
  • Chile: 1.092;
  • Peru: 387;
  • Porto Rico: 284;
  • Equador: 219;
  • Outros: 219;
  • Costa Rica: 187;
  • Uruguai: 184.

Devido ao grande número de empresas, o Brasil também sai na frente quando se fala em unicórnios e investimento de venture capital na América Latina. Segundo o panorama, o país concentra 24 dos 45 unicórnios da região, isto é, das startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

Investimentos

Além disso, o ecossistema brasileiro de startups recebeu US$ 21,9 bilhões dos US$ 36 bilhões de investimentos que foram direcionados para esta área desde 2019. O estudo diz que “a concentração de capital investido tem aumentado no Brasil”.

O volume de investimentos, por sinal, aumentou em 2021, em meio à pandemia de covid-19. Os aportes desaceleraram em 2022, mas, ainda assim, ficaram em um patamar superior ao do pré-covid. No ano passado, foram registrados US$ 7,9 bilhões em investimentos em startups na América Latina, sendo US$ 4,4 bilhões no Brasil.

O panorama explica que a pandemia acelerou o processo de transformação digital. “A crise sanitária causada pelo coronavírus mudou a forma como as pessoas se relacionavam com diversos serviços, forçando uma migração e adaptação para os meios digitais”, diz.

Setores

Principal polo para as startups latino-americanas, o Brasil tem hoje 13.365 startups e mais da metade delas trabalha com foco em outras empresas. O Panorama Tech América Latina explica que 54,6% dessas startups trabalham no segmento B2B (Business to Business).

Ainda de acordo com o estudo, 49,6% das startups brasileiras optaram por desenvolver soluções de SaaS, que oferecem software como serviço. O segmento de aplicação desses serviços, contudo, é diverso. Veja os cinco setores mais comuns:

  • FinTechs (setor financeiro): 12,2%;
  • RetailTech (varejo): 10,3%;
  • HealthTech (saúde): 10,2%;
  • MarTech (marketing): 9,9%;
  • EdTech (educação): 7,3%.

Desaceleração

Os números do Panorama Tech América Latina, no entanto, também sugerem uma desaceleração no número de novas startups, após o pico registrado entre 2016 e 2017. No primeiro semestre de 2023, por exemplo, foram identificadas 51 novas empresas na América Latina e nenhuma no Brasil.

O estudo diz, no entanto, que “a queda nos últimos anos provavelmente não representa uma diminuição real na taxa de fundação de novas startups, e sim uma dificuldade maior de encontrar empresas recém-nascidas, que ainda não apareceram para o mercado. Assim, é esperado que os números verificados em anos mais recentes sofram um aumento elevado”.