Socorro aos Correios estressa taxas no Tesouro Direto e traz marcação negativa

Governo Lula estuda empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos, colocando o dinheiro no Tesouro Nacional como garantia.

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Publicado em 15/10/2025 às 15:19h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 15/10/2025 às 15:19h Atualizado 1 minuto atrás por Lucas Simões
Prêmio pago sobre os títulos públicos de maior vencimento sobe (Imagem: Shutterstock)
Prêmio pago sobre os títulos públicos de maior vencimento sobe (Imagem: Shutterstock)
Enquanto os títulos públicos de menor vencimento até registram quedas pontuais em suas taxas, quando o investidor de renda fixa decide emprestar o seu dinheiro ao governo brasileiro com resgate só no longo prazo, o mesmo encontra taxas cada vez maiores no Tesouro Direto nesta quarta-feira (15).
Não por acaso, o Tesouro Renda+ 2065, o título público predileto dos investidores para tentar lucrar na marcação a mercado, acaba momentaneamente acumulando prejuízos diante da subida das taxas.
Só no acumulado da semana, sua remuneração oscilou de IPCA+ 7,09% ao ano para os atuais IPCA+ 7,13% ao ano, implicando que o seu preço unitário tenha recuado de R$ 172,49 para R$ 169,63, respectivamente. Dessa forma, houve desvalorização de -1,7%.
Entre os fatores que ajudam a estressar as taxas oferecidas no Tesouro Direto está a articulação do governo Lula com o setor bancário para socorrer a estatal Correios, segundo Rafael Passos, analista da gestora Ajax Asset.
"Seriam necessários R$ 20 bilhões em empréstimos para socorrer os Correios entre 2025 e 2026. No caso, a operação teria a garantia das reservas do Tesouro Nacional e seria atrelada à adoção de medidas de ajuste desenhadas para um plano de recuperação da estatal", comenta o especialista.
Outra frente de preocupação sobre a situação fiscal do Brasil se concentra nas soluções estudadas pela equipe econômica chefiada pelo ministro Fernando Haddad para atrair mais receitas ao Orçamento de 2026, diante da derrubada da Medida Provisória 1303 no Congresso Nacional.

Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 15 de outubro de 2025:

Títulos pré-fixados

  • Tesouro Prefixado 2028 = Aporte mínimo de R$ 7,59 (Rentabilidade: 13,34% ao ano)
  • Tesouro Prefixado 2032 = Aporte mínimo de R$ 4,50 (Rentabilidade: 13,80% ao ano)
  • Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 = Aporte mínimo de R$ 8,41 (Rentabilidade: 13,89% ao ano)

Títulos pós-fixados

  • Tesouro Selic 2028 = Aporte mínimo de R$ 175,54 (Rentabilidade: Selic + 0,0491% ao ano)
  • Tesouro Selic 2031 = Aporte mínimo de R$ 174,77 (Rentabilidade: Selic + 0,1040% ao ano)

Títulos indexados à Inflação

  • Tesouro IPCA+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 34,64 (Rentabilidade: IPCA + 8,06% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 15,95 (Rentabilidade: IPCA + 7,38% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 8,37 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 41,80 (Rentabilidade: IPCA + 7,71% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,44 (Rentabilidade: IPCA + 7,42% ao ano)
  • Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 38,85 (Rentabilidade: IPCA + 7,32% ao ano)

Títulos para aposentadoria extra

  • Tesouro Renda+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 17,97 (Rentabilidade: IPCA + 7,45% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 12,91 (Rentabilidade: IPCA + 7,28% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 9,29 (Rentabilidade: IPCA + 7,18% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2045 = Aporte mínimo de R$ 6,68 (Rentabilidade: IPCA + 7,12% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 4,77 (Rentabilidade: IPCA + 7,10% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2055 = Aporte mínimo de R$ 3,38 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2060 = Aporte mínimo de R$ 2,38 (Rentabilidade: IPCA + 7,13% ao ano)
  • Tesouro Renda+ 2065 = Aporte mínimo de R$ 1,69 (Rentabilidade: IPCA + 7,13% ao ano)

Títulos para custear estudos

  • Tesouro Educa+ 2026 = Aporte mínimo de R$ 37,06 (Rentabilidade: IPCA + 8,29% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2027 = Aporte mínimo de R$ 34,45 (Rentabilidade: IPCA + 8,10% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2028 = Aporte mínimo de R$ 32,04 (Rentabilidade: IPCA + 7,98% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 29,81 (Rentabilidade: IPCA + 7,90% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 27,75 (Rentabilidade: IPCA + 7,83% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2031 = Aporte mínimo de R$ 25,87 (Rentabilidade: IPCA + 7,76% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2032 = Aporte mínimo de R$ 24,15 (Rentabilidade: IPCA + 7,69% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2033 = Aporte mínimo de R$ 22,57 (Rentabilidade: IPCA + 7,62% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2034 = Aporte mínimo de R$ 21,11 (Rentabilidade: IPCA + 7,56% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 19,77 (Rentabilidade: IPCA + 7,50% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2036 = Aporte mínimo de R$ 18,48 (Rentabilidade: IPCA + 7,46% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2037 = Aporte mínimo de R$ 17,29 (Rentabilidade: IPCA + 7,42% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2038 = Aporte mínimo de R$ 16,16 (Rentabilidade: IPCA + 7,39% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2039 = Aporte mínimo de R$ 15,14 (Rentabilidade: IPCA + 7,35% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 14,17 (Rentabilidade: IPCA + 7,32% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2041 = Aporte mínimo de R$ 13,28 (Rentabilidade: IPCA + 7,29% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2042 = Aporte mínimo de R$ 12,42 (Rentabilidade: IPCA + 7,27% ao ano)
  • Tesouro Educa+ 2043 = Aporte mínimo de R$ 11,65 (Rentabilidade: IPCA + 7,24% ao ano)