Santander (SANB11) pode deixar a B3? CEO admite que não seria surpresa

A fala deu fôlego às especulações de que o banco estuda uma nova reestruturação acionária.

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Publicado em 17/06/2025 às 18:15h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 17/06/2025 às 18:15h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
O interesse por esse tipo de operação se justifica em um ambiente de juros altos (Imagem: Shutterstock)
O interesse por esse tipo de operação se justifica em um ambiente de juros altos (Imagem: Shutterstock)

🚨 A possibilidade de o Santander Brasil (SANB11) fechar seu capital e deixar a B3 (B3SA3) voltou com força às mesas de análise.

Em conversa com analistas, o CEO da instituição, Mário Leão, afirmou que “não se surpreenderia” caso o controlador espanhol decidisse retirar a subsidiária brasileira do mercado de ações.

A fala deu fôlego às especulações de que o banco estuda uma nova reestruturação acionária, movimento que já executou em outras regiões, como o México.

O interesse por esse tipo de operação se justifica em um ambiente de juros altos, bolsa ainda descontada e forte geração de caixa por parte do grupo Santander.

Desde sua abertura de capital no Brasil em 2009, quando captou R$ 14,1 bilhões, a ação do banco subiu 35% — bem abaixo dos 193% registrados pelo Itaú (ITUB4) no mesmo período.

Por que o Santander cogitaria sair da B3?

Em relatório a clientes, a Genial Investimentos aponta três fatores centrais que tornam o fechamento de capital da operação brasileira uma possibilidade concreta.

O primeiro deles é o valuation descontado: o Santander Brasil negocia a múltiplos mais baixos do que a holding na Espanha — 8,5 vezes o lucro estimado para 2024 e 7,3 vezes para 2025, contra 9,3x e 8,1x, respectivamente, no exterior.

Isso indica que comprar as ações no Brasil e deslistar a operação traria um ganho contábil imediato para o grupo espanhol.

Além disso, o percentual de ações em circulação no mercado (free float) é relativamente baixo: cerca de 10% do capital, ou R$ 11,2 bilhões.

Considerando o tamanho da operação global e a robustez de caixa do grupo, esse valor seria facilmente absorvível.

Por fim, há o argumento político e estratégico: com uma expectativa de valorização da bolsa brasileira, o momento atual pode ser ideal para realizar esse movimento a um custo mais baixo.

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Histórico reforça a tese

Não seria a primeira vez que o Santander dá esse tipo de passo. Em 2014, o banco propôs uma troca de ações aos minoritários no Brasil, com prêmio de 20% sobre o valor de mercado, mas sem intenção de sair da bolsa naquele momento.

Já em 2022, deslistou a Getnet por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). No México, o fechamento de capital foi concluído em 2023.

Agora, com foco nas Américas e na redução de subsidiárias listadas, o Brasil e o Chile seriam as únicas exceções, além da holding espanhola.

Caixa robusto e foco estratégico

A Genial Investimentos lembra que o grupo Santander vem ampliando sua flexibilidade financeira: o índice CET1 (Common Equity Tier 1), principal métrica de solvência, deve atingir 13% até o fim de 2025, garantindo espaço para movimentos estratégicos relevantes.

Exemplo disso foi a venda parcial do Santander Polônia, com US$ 7,9 bilhões arrecadados.

Por outro lado, o mesmo relatório pondera que a matriz costuma executar esse tipo de operação quando a subsidiária está fragilizada — o que não é o caso atual do Santander Brasil.

📊 Com bons resultados operacionais e uma valorização de 26% nas ações em 2024, o momento talvez não seja o ideal. Mas o mercado segue atento.

SANB11

Banco Santander
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