Salário mínimo vai subir para R$ 1.621 em 2026, menos que o previsto inicialmente

O salário mínimo vai subir para R$ 1.621 em 2026, o que representa um acréscimo de R$ 103 ao valor atual, de R$ 1.518. 

💲 O valor é menor que o previsto inicialmente pelo governo, pois leva em conta o avanço da inflação, que desacelerou ao longo de 2025.

O governo havia projetado um salário mínimo de R$ 1.631 em agosto, quando apresentou o PLOA (Projeto de Lei Orçamentário Anual). E já havia reduzido esse valor para R$ 1.627 durante a tramitação do texto no Congresso Nacional.

Um novo reajuste, contudo, deve ser oficializado nos próximos dias, para levar em conta os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Como é calculado o reajuste do salário mínimo?

📊 O salário mínimo é reajustado anualmente de acordo com a variação da inflação das famílias de baixa renda até novembro e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 4,18% no acumulado em 12 meses até novembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. Isto é, abaixo dos 4,66% projetados pelo governo em agosto.

Já o PIB de 2024 cresceu 3,4%. Neste caso, no entanto, o teto do reajuste é de 2,5%, devido aos limites impostos pelo arcabouço fiscal.

Com isso, o atual valor do salário mínimo será reajustado pelo INPC de 4,18% e pela alta de 2,5% da economia brasileira. O reajuste final deve ser de aproximadamente 6,8%.

Quando entra em vigor?

📅 O valor do novo salário mínimo entra em vigor em janeiro. Logo, será repassado aos trabalhadores nos salários pagos no início de fevereiro de 2026.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas), a remuneração de aproximadamente 59,9 milhões de pessoas era atrelada ao salário mínimo no início de 2025.

Impacto fiscal

💲 O salário mínimo ainda serve de referência para o pagamento das aposentadorias do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e de benefícios como Bolsa Família, BPC (Benefício de Prestação Continuada) e seguro-desemprego. 

Por isso, o reajuste impacta empresas e trabalhadores, mas também as contas públicas.

Pelas estimativas do governo, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo vai criar uma despesa adicional de R$ 420 milhões em 2026.

O novo valor deve levar, então, a um acréscimo de R$ 43,2 bilhões dos gastos do governo no próximo ano.