Renda fixa de curto prazo é quem paga mais em 2025, revela Anbima

Em tempos de incertezas econômicas, emprestar dinheiro por prazos menores rende mais no bolso.

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Publicado em 06/08/2025 às 17:25h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 06/08/2025 às 17:25h Atualizado 2 dias atrás por Lucas Simões
Títulos indexados à Selic e ao CDI remuneram acima de 1% ao mês (Imagem: Shutterstock)
Títulos indexados à Selic e ao CDI remuneram acima de 1% ao mês (Imagem: Shutterstock)

Para quem ainda tem dúvidas se toda renda fixa é realmente uma perda fixa, só em julho de 2025, quem emprestou dinheiro ao governo brasileiro ou diretamente às empresas em prazos curtos teve retornos bem acima de 1% ao mês.

O destaque no período são debêntures indexadas ao CDI, acompanhadas pelo índice IDA-DI, que tiveram valorização de +1,42%, conforme revelou a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em boletim nesta quarta-feira (6).

Inclusive, o retorno foi acima do registrado pelo IDA (Índice de Debêntures Anbima), composto pelas debêntures marcadas a mercado, que renderam +0,58% no mês. Lembrando que investir em debêntures é o mesmo que emprestar dinheiro diretamente às empresas.

Já no universo do Tesouro Direto, quando o investidor financia o governo brasileiro, o índice IMA-S, que espelha uma carteira de Tesouro Selic, teve lucro de +1,30% no mês passado.

“Julho foi marcado por acontecimentos relevantes nos cenários políticos e econômicos. Nesses momentos de incertezas, é natural que o mercado reaja e os títulos de vencimento mais curto performem melhor”, explicou Marcelo Cidade, economista da Anbima.

Na sequência, aparecem os títulos Tesouro Prefixado com vencimento em até um ano com alta de +1,21%, de acordo com o índice IRF-M 1.

Para efeito de comparação, o IMA (Índice de Mercados Anbima), carteira que acompanha os papéis da dívida pública brasileira com diferentes vencimentos, rendeu +0,57% em julho.

Leia mais: Tesouro Selic, Prefixado ou IPCA+? Saiba qual renda fixa peita o tarifaço de Trump

E a renda fixa de longo prazo?

Muitos investidores seguem apostando nos títulos de renda fixa de longo prazo, quer seja para aproveitar boas taxas até o vencimento ou tentar lucrar bastante na marcação a mercado, caso as taxas caiam, o que seria compensado pelo incremento do preço unitário dos títulos.

Só que, no mês passado, a renda fixa de longo prazo acabou dando prejuízo na marcação a mercado, já que, na verdade, as taxas subiram mais por conta do contexto macroeconômico, em especial, o tarifaço de 50% contra o Brasil aplicado por Donald Trump.

A Anbima mostra que o índice IRF-M 1+, que acompanha os títulos Tesouro Prefixado com prazo acima de um ano, caiu −0,25% e o IMA-B 5+, que reflete os papéis Tesouro IPCA+ (papéis indexados à inflação) com vencimento acima de cinco anos, recuou −1,52%.

Nos papéis corporativos, as debêntures com prazo superior a mil dias também tiveram rentabilidade negativa. As incentivadas, que compõem o IDA-IPCA Infraestrutura, recuaram −0,48%, enquanto nos títulos sem incentivo fiscal, refletidos pelo IDA-IPCA Ex-infraestrutura, a queda foi de −0,55%.