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RD Saúde (RADL3), controladora das redes Raia e Drogasil, segue conquistando espaço entre os destaques do setor de varejo farmacêutico.
Após uma
valorização de mais de 30% nos últimos três meses — superando com folga o desempenho do
Ibovespa no mesmo período —, o JP Morgan manteve sua recomendação de compra para os papéis da companhia e elevou o
preço-alvo de R$ 24 para R$ 27 até o fim de 2026. A projeção representa um
potencial de valorização de 44,1%.
Em relatório assinado por Joseph Giordano e equipe, o banco afirma que os “ruídos” que antes impactavam a tese de investimento da empresa estão ficando para trás.
Segundo os analistas, o foco do mercado está se voltando para os fundamentos consistentes da RD Saúde e para sua capacidade de manter um crescimento de
lucros por ação (LPA) na faixa de 20% ao ano.
Nesta quarta-feira (15), os investidores reagiram com entusiasmo à análise. As ações da companhia fecharam o pregão com alta de 4,54%, cotada a R$ 19,59.
Execução sólida e reestruturação estratégica impulsionam resultados
De acordo com o JP Morgan, a RD tem se destacado do restante do varejo brasileiro. A combinação de execução operacional eficiente, reestruturação estratégica corporativa e recuperação de rentabilidade começa a se refletir nos resultados.
No segundo trimestre, a companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 402,7 milhões, alta de 13% na comparação anual. O Ebitda ajustado avançou 7,4%, atingindo R$ 885 milhões — ambos acima das expectativas do mercado.
Além dos números positivos, os analistas apontam uma redução nos impactos de perdas e furtos, o que alivia pressões sobre a margem bruta e reforça o ambiente favorável para crescimento.
GLP-1 e alta renda como impulsionadores de receita
O JP Morgan destaca ainda que a empresa está bem posicionada para se beneficiar do avanço dos medicamentos da classe GLP-1, como Mounjaro, Ozempic e Wegovy, voltados ao controle de diabetes e emagrecimento.
O lançamento de novas formulações, especialmente o Monjauro, deve contribuir para maior alavancagem operacional, segundo o banco.
A exposição da RD à população de maior poder aquisitivo, com presença mais robusta no Sudeste, é vista como uma vantagem estratégica.
Essa base de consumidores tende a sustentar o crescimento das vendas de medicamentos de alto valor, mesmo que sejam adquiridos fora do escopo dos planos de saúde.
“A RD é a única varejista de medicamentos com presença nacional. Com mais de 3.300 lojas em todos os estados, detém cerca de 16,5% de market share. Isso a torna parceira natural para grandes farmacêuticas globais”, escreveram os analistas.
3T25: expectativa de novo destaque entre as varejistas
Para o terceiro trimestre de 2025, a expectativa do banco é de aceleração na receita bruta, impulsionada por maior demanda por GLP-1 e pela recuperação das categorias de Higiene Pessoal e Cosméticos (HPC).
O lucro líquido estimado é de R$ 352 milhões, com lucro por ação de R$ 0,21. A margem bruta deve sofrer leve compressão de 40 pontos-base, enquanto a margem Ebitda ajustada pode cair 15 pontos-base, devido à pressão específica dos medicamentos GLP-1 — que já representam mais de 5% da receita, com margens ainda menores.
Crescimento sustentado para os próximos anos
A visão de longo prazo do JP Morgan para a RD permanece otimista. O banco espera que a companhia continue superando o crescimento médio do setor com um CAGR de receita bruta de 14% ao longo dos próximos cinco anos.
Com expansão planejada de lojas a um ritmo de 10% ao ano e iniciativas digitais que aumentam a produtividade, a RD é vista como a melhor posicionada para capturar o envelhecimento populacional e a consolidação do setor.
💲 Mesmo diante da possibilidade de novas regulações — como a abertura para que supermercados e marketplaces vendam medicamentos —, os analistas não veem riscos significativos à estratégia de longo prazo da empresa.