Qual título do Tesouro Direto é mais usado para lucrar na marcação a mercado?

Vendas de renda fixa do governo têm segundo maior valor mensal da história

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Publicado em 09/09/2024 às 17:22h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 09/09/2024 às 17:22h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Tesouro Direto garante a recompra antes do vencimento (Imagem: Shutterstock)
Tesouro Direto garante a recompra antes do vencimento (Imagem: Shutterstock)

💰 As vendas de títulos públicos pelo Tesouro Direto atingiram R$ 6,44 bilhões no mês de julho, conforme balanço divulgado nesta segunda-feira (9).

Já os resgates do dinheiro emprestado pelos investidores totalizaram R$ 5,42 bilhões, sendo R$ 3,16 bilhões em recompras e R$ 2,26 bilhões em vencimentos.

E teve renda fixa do governo brasileiro que foi mais usada pelos investidores para lucrar na marcação a mercado, devido à recompra antecipada de títulos públicos garantida pelo Tesouro Nacional.

Afinal de contas, a classe de renda fixa mais procurada no momento são os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+), cuja participação no mês nas vendas para custear o governo brasileiro foi de 47%.

➡️ Leia mais: Tesouro Direto: Prefixados se achegam aos 12% a.a. com Selic a 10,75%

Lucrando com marcação a mercado no Tesouro Direto

Olhando para o movimento de recompra do Tesouro Nacional, cerca de R$ 741 milhões, ou 23,4% do total em julho, foram apenas de títulos indexados à inflação. Atualmente, o Tesouro Direto conta com três vencimentos diferentes nesta classe: Tesouro IPCA+ 2029, 2035 e 2045.

🚀 Conforme dados do próprio Tesouro Direto, a janela mais oportuna para lucrar na marcação a mercado no ano até o momento com o Tesouro IPCA+ foi entre os dias 02 de julho e 14 de agosto.

Isso porque, neste intervalo de tempo, o preço unitário do Tesouro IPCA+ 2045 variou de R$ 1.156,89 para R$ 1.302,67, um lucro de quase 13% em pouco mais de um mês na marcação a mercado.

Ao mesmo tempo, a taxa de remuneração do título público oscilou de IPCA+ 6,53% ao ano no início de julho para IPCA+ 5,98% ao ano em meados de agosto.

Tesouro Selic

Depois da preferência massiva pelo Tesouro IPCA+, o segundo tipo de renda fixa oferecido pelo governo brasileiro que teve mais apelo entre os investidores foi o Tesouro Selic, com parcela de 38,9% nas vendas.

💸 Já os resgastes, geralmente usados como reserva de emergência, foram de R$ 1,96 bilhão ou 62,1% do total em julho.

Enquanto o Tesouro IPCA+ garante que o dinheiro aplicado tenha o seu poder de compra corrigido acima da inflação, o Tesouro Selic remunera a taxa básica de juros vigente, que deve subir de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano após decisão do Banco Central em setembro.

Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado foi responsável por 14,1% das vendas do Tesouro Direto em julho. Esse tipo de renda fixa permite ao investidor ter a certeza de quanto será sua taxa de rentabilidade, caso carregue o título até o vencimento. E existem dois vencimentos no momento: Tesouro Prefixado 2027 e 2031.

💣 Contudo, essa parcela da renda fixa acaba por ser o indexador mais arriscado, já que um ciclo elevado de inflação no Brasil pode consumir boa parte (ou até toda a rentabilidade) travada no momento da compra.

Os dados mostram que apenas 8,2% do total de recompras pelo Tesouro Nacional em julho foram de títulos prefixados. Já a janela mais oportuna para lucrar na marcação a mercado no ano até agora aconteceu entre os dias 02 de julho e 19 de agosto.

Posto que, neste período, o Tesouro Prefixado 2031 viu o seu preço unitário disparar de R$ 463,23 para R$ 503,44, um ganho de quase 9% na marcação a mercado. Contudo, a taxa de remuneração do título flutuou de 12,65% ao ano para 11,46% ao ano, respectivamente.