Quais setores ganham e perdem com o novo recuo do tarifaço de Trump?

Tarifa foi zerada para 238 produtos agrícolas, mas ainda afeta bens industriais.

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Publicado em 21/11/2025 às 07:59h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 21/11/2025 às 07:59h Atualizado 1 minuto atrás por Marina Barbosa
EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China (Imagem: Shutterstock)
EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China (Imagem: Shutterstock)

Os Estados Unidos reduziram na quinta-feira (20) o tarifaço imposto aos produtos brasileiros.

🥩 Com isso, as exportações de café, carne bovina e frutas como manga, coco e açaí não serão mais taxadas pelos americanos.

No entanto, outros produtos brasileiros ainda estão sujeitos a uma tarifa de 50%.

Entre eles, bens industriais como máquinas e equipamentos, motores, móveis, calçados, vestuários, aço e alumínio.  As exportações de café solúvel, pescados e mel também continuam taxadas pelos americanos.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) explicou que o recuo do tarifaço beneficia 238 produtos agrícolas que fazem parte da cesta de consumo da população americana.

As carnes e o café, por exemplo, já estavam ficando mais caros nos Estados Unidos devido à taxação, o que incomodava os americanos e ameaçava a inflação, além da popularidade do presidente Donald Trump.

🏭 Já a indústria brasileira ficou de fora do acordo. Por isso, apesar de ver com bons olhos o anúncio de quinta-feira (20), espera que as negociações entre o governo americano e brasileiro continuem.

"Agora precisamos evoluir nos termos para a entrada de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban.

Impacto na B3

Entre as empresas da B3 que exportam máquinas e equipamentos para os Estados Unidos e, por isso, são afetadas pelas tarifas, estão Weg (WEGE3), Tupy (TUPY3) e Iochpe-Maxion (MYPK3).

Siderúrgicas como a Usiminas (USIM5) e a CSN (CSNA3) também são impactadas pela taxação ao aço e alumínio, que segue em vigor.

Já frigoríficos como a Minerva (BEEF3) saem ganhando com a redução do tarifaço anunciada na quinta-feira (20).

Lula convida Trump para novas conversas

Diante disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o anúncio do governo americano de forma "parcial".

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lula disse que Trump deu um "bom sinal" ao reduzir o tarifaço, mas estava convidado para vir ao Brasil para que os dois pudessem conversar novamente e "zerar qualquer celeuma comercial e político entre Brasil e Estados Unidos".

"Eu vou lhe agradecer só parcialmente, porque eu vou agradecer totalmente quando tudo tiver acordado entre nós", disse o brasileiro.

Lula, por sua vez, mostrou-se confiante de que as negociações bilaterais seguirão avançando.

"Se em apenas duas conversas já chegamos ao que chegamos hoje, com três ou quatro conversas iremos fazer com que o Brasil e os Estados Unidos vivam em harmonia politicamente e comercialmente", afirmou.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores reforçou que "o Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral".

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que a última decisão americana abre uma "avenida de entendimento" entre os países e significa "emprego, desenvolvimento e mais comércio exterior" para o Brasil.

Veja os principais produtos que ficaram isentos do tarifaço:

  • Carne bovina;
  • Café;
  • Frutas, como manga, coco, açaí e abacaxi; especiarias, como pimenta, canela e baunilha.

E os que ainda são taxados pelos EUA:

  • Máquinas e equipamentos;
  • Móveis;
  • Calçados;
  • Têxteis e vestuário;
  • Aço;
  • Alumínio;
  • Café solúvel;
  • Pescados;
  • Mel.