Quais empresas da B3 floparam com o agro em 2025? Ranking revela perdas de até 74%

Só o IAGRO (Índice do Agronegócio da B3), composto por 30 empresas, derrapou -8,70% no ano.

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Publicado em 27/10/2025 às 19:56h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 27/10/2025 às 19:56h Atualizado 7 horas atrás por Lucas Simões
Raízen (RAIZ4) está entre os maiores descontos vistos no agronegócio (Imagem: Shutterstock)
Raízen (RAIZ4) está entre os maiores descontos vistos no agronegócio (Imagem: Shutterstock)
Apesar de o agronegócio ser a locomotiva que puxa a economia do nosso país, as empresas representantes do setor na bolsa de valores brasileira não foram nada bem em 2025, com poucas ações do ramo se valorizando acima de +30%. Afinal de contas, o próprio IAGRO (Índice do Agronegócio da B3), composto por 30 empresas, derrapou -8,70% no ano.
Em estudo elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, o especialista aponta que 19 companhias que integram o IAGRO carregam nos lombos desvalorização no acumulado de 2025 até o último dia 24 de outubro.
"Isso evidencia aos investidores em bolsa de valores o impacto da queda generalizada em setores como agropecuária, papel & celulose, açúcar & etanol e materiais rodoviários", comenta o consultor financeiro.
Embora pouco conhecida da maioria dos investidores pessoas físicas, os papéis da Recrusul (RCSL3) ostentam tombo de -73,91%. Curioso é que suas ações preferenciais (RCSL4) tenham se apreciado +50,04% em igual intervalo de tempo.
A Recrusul é uma típica empresa "porteira afora" que contribui para a roda do agronegócio no Brasil girar, uma vez que é especializada na produção de carrocerias, baús frigoríficos e soluções para transporte de cargas especiais. A empresa atende a setores como alimentos, bebidas, farmacêutico e logística.
Dessa vez, bem mais conhecidas do grande público investidor, as ações da Raízen (RAIZ4) aparecem logo na sequência, entre os maiores descontos do IAGRO, acumulando perdas de -55,09% no ano.
O alto endividamento da produtora de açúcar e etanol em tempos de taxa Selic em 15% ao ano vem gerando desconforto no mercado financeiro, tanto que, recentemente, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da RAIZ4.

Volatilidade no agronegócio

Criado em janeiro de 2019, o IAGRO (Índice do Agronegócio da B3) tem histórico de volatilidade. Desde sua criação, o índice registrou três anos de desempenho negativo, sendo o pior em 2022 (-12,82%), seguido por 2024 (-11,35%) e 2025 (-8,70%) até o momento.
O melhor resultado para o IAGRO foi em 2019, quando o indicador acumulou alta de +46,91%, o ano apelidado de "mini boom das commodities", em alusão ao período áureo no início dos anos 2000, quando os preços das commodities agrícolas eram impulsionados pelo crescimento vertiginoso da China.
Na visão de Einar Rivero, o desempenho recente do IAGRO reforça a pressão sobre o setor agroindustrial listado na bolsa de valores brasileira.
"O desafio para o nosso agro agora envolve custos elevados, preços internacionais mais baixos e redução de margens em algumas cadeias produtivas, um cenário que tem se refletido diretamente no comportamento do IAGRO", comenta o CEO da Elos Ayta.

Rentabilidade em 2025 das empresas que integram IAGRO

  1. Recrusul (RCSL3): Retorno de -73,91% / Material Rodoviário
  2. Raízen (RAIZ4): Retorno de -55,09% / Açúcar & Etanol
  3. Tupy (TUPY3): Retorno de -45,17% / Material Rodoviário
  4. Jalles Machado (JALL3): Retorno de -40,73% / Açúcar & Etanol
  5. Randon Participações (RAPT4): Retorno de -39,28% / Material Rodoviário
  6. São Martinho (SMTO3): Retorno de -35,55% / Açúcar & Etanol
  7. Vamos (VAMO3): Retorno de -29,68% / Transportes
  8. Armac (ARML3): Retorno de -27,74% / Máquinas & Equipamentos
  9. Cosan (CSAN3): Retorno de -26,47% / Holding Diversificada
  10. Suzano (SZUB3): Retorno de -20,52% / Papel & Celulose
  11. Klabin (KLBN11): Retorno de -20,44% / Papel & Celulose
  12. Kepler Weber (KEPL3): Retorno de -12,98% / Máquinas & Equipamentos
  13. Dexco (DXCO3): Retorno de -11,80% / Extração de Madeira
  14. Rumo S.A. (RAIL3): Retorno de -10,05% / Ferrovias
  15. BrasilAgro (AGRO3): Retorno de -7,50% / Agricultura
  16. SLC Agrícola (SLCE3): Retorno de -6,43 / Agricultura
  17. Camil Alimentos (CAML3): Retorno de -2,03% / Alimentos
  18. Boa Safra (SOJA3): Retorno de -1,67% / Agricultura
  19. MBRF (MBRF3): Retorno de -1,30% / Frigoríficos
  20. JSL Logística (JSLG3): Retorno de 0,00% / Transportes

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