Projeções indicam alta de 0,5% na Selic na próxima semana

Ciclo de alta de juros deve ser interrompido apenas em 2025

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Publicado em 31/10/2024 às 14:35h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 31/10/2024 às 14:35h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
(Imagem: Shutterstuck)
(Imagem: Shutterstuck)

🧾 Os diretores do Banco Central se reúnem na próxima semana para mais uma decisão sobre a taxa básica de juros no país. Analistas do mercado apontam que o Copom deve elevar a Selic em 0,5%, alcançando o patamar de 11,25% ao ano.

De acordo com o Ieps (Índice Equus de Precificação da Selic), a probabilidade desta porcentagem de elevação é de 85,2%. A pesquisa foi divulgada na última segunda-feira (28) e tem como base dados levantados por inteligência artificial nos sistemas financeiros.

Esse seria um meio termo entre o patamar atual e o indicado pelo Boletim Focus para o fim de 2024, que é de 11,75%. Antes de terminar o ano, o Copom se reúne ainda outra vez para decidir o nível do juros no país.

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Para o mercado, o ciclo de alta de juros deve ser interrompido só em 2025, mas mantido ainda em níveis altos, acima de 10%, durante todo o ano. De acordo com o Focus, um eventual corte brusco na Selic só aconteceria em 2027, quando a taxa pode fechar em 9% ao ano.

A Selic é uma das mais importantes taxas do país, pois dita o rumo da inflação. Quanto mais alta, mais pressão sobre o consumo faz e, consequentemente, produzindo um esforço para interromper o ciclo de alta dos preços ao redor do mundo.

Por isso, o Copom se reúne a cada 45 para discutir e avaliar qual será a porcentagem da Selic no próximo um mês e meio. Na última decisão, publicada em setembro, o Comitê elevou por unanimidade a taxa em 0,25% para os atuais 10,75%.

Credibilidade em xeque

👔 Em evento nesta semana, a atual presidente do Banco Central admitiu que o órgão teve sua imagem arranhada em maio, quando os diretores divergiram sobre o corte de juros. Segundo ele, o episódio provocou “uma cicatriz” na credibilidade da instituição e da política monetária que conduz.

“Quando olhamos para as decisões que o Banco Central tomou ultimamente, eu entendo a decisão tomada em maio criou uma cicatriz em termos de credibilidade. Quando você olha para o que temos feito ultimamente, tudo tem sido com um grande grau de consenso, a comunicação tem sido basicamente a mesma com todos os diretores. Minha percepção é que do lado do Banco Central pode haver algum problema de credibilidade, mas tentamos resolver isso”, disse Roberto Campos Neto em um reunião com investidores em Londres.