PF mira gestora ligada ao Banco Master e amplia incertezas sobre venda ao BRB

Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou uma megaoperação no mercado financeiro, fruto de investigações que apontam ligação de bancos e gestora de investimentos com o crime organizado. Uma das empresas alvos dos agentes foi a Reag Investimentos (REAG3) que atua como gestora independente e tem suas ações negociadas na bolsa de valores.

O que pouca gente sabe, porém, é que a Reag tem mais de 20% do capital social de uma subsidiária do Banco Master, o Will Bank, instituição financeira que passa por um processo de venda dos seus ativos para o BRB. Diante disso, o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) enviou um ofício ao Banco Central pedindo a suspensão da operação.

“Essas relações indicam um emaranhado de vínculos entre o Banco Master e estruturas financeiras que aparecem mencionadas em apurações relacionadas à Operação Carbono [sic]. É nesse emaranhado suspeito que o BRB, patrimônio do Distrito Federal, pode ser envolvido", afirma o documento.

Além disso, dos 34 fundos de investimentos declarados pelo Banco Master, mais de 15 deles são administrados pela Reag ou pela Trustee, que também está na lista da operação. Os dados, mapeados pelo jornal Folha de São Paulo, não dão conta se os fundos em questão estão sendo investigados pela PF.

Leia mais: Haddad promete reforçar fiscalização sobre fintechs

O parlamentar lembrou que, em 2020, tanto o Banco Master quanto a Reag já haviam sido alvos de operações da PF, no âmbito da Operação Fundo Fake. Na época, as empresas foram investigadas de atuarem de forma conjunta em um esquema que teria desviado dinheiro de fundos de pensões de servidores públicos.

"A operação de compra do Banco Master pelo BRB, diante do contexto exposto, pode significar a incorporação de ativos de risco ou mesmo de ativos contaminados por ilícitos, colocando em perigo a estabilidade financeira de um banco público e, portanto, o patrimônio do povo do Distrito Federal", continua o documento.

Por meio de nota à imprensa, o Banco Master afirmou que a Reag é uma prestadora de serviços e atua na gestão e administração dos fundos de investimentos. “É uma entre outras entidades financeiras que prestam serviços nesta atividade. O Master é apenas um entre centenas de clientes da Reag", disse.

Nesta sexta-feira (29), as ações da Reag fecharam com forte recuo pelo segundo dia consecutivo. Os papeis romperam o patamar abaixo dos R$ 3 e chegaram a acumular uma queda de 24% na semana.