Petrobras (PETR4) deve pagar até US$ 50 bi em dividendos nos próximos 5 anos

O novo plano de negócios da estatal, no entanto, não traz menções a dividendos extraordinários.

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Publicado em 28/11/2025 às 08:56h - Atualizado Agora Publicado em 28/11/2025 às 08:56h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Projeção consta no Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras (Imagem: Shuttertsock)
Projeção consta no Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras (Imagem: Shuttertsock)

A Petrobras (PETR4) prevê o pagamento de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões em dividendos ordinários nos próximos cinco anos. 

A cifra consta no Plano de Negócios 2026-2030, que foi aprovado na quinta-feira (27) e mantém a atual política de remuneração aos acionistas da estatal, mas não fala em dividendos extraordinários.

⚠️ A projeção aponta para uma possível redução dos proventos. Isso porque o plano atual previa o pagamento de US$ 45 bilhões a US$ 55 bilhões em dividendos ordinários entre 2025 e 2029 e ainda reservava de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões para dividendos extraordinários ou novos projetos.

No novo plano de negócios, a estatal também reserva parte da sua geração de caixa para novos projetos, mas não menciona dividendos extraordinários.

O plano estima a geração de até US$ 220 bilhões em caixa operacional nos próximos cinco anos e prevê a alocação dessa verba da seguinte forma:

  • Fluxo de caixa de investimentos: US$ 85-95 bi;
  • Dividendos ordinários: US$ 45-50 bi;
  • Novos projetos: US$ 10-15 bi;
  • Arrendamentos: US$ 45-50 bi;
  • Amortização líquida: US$ 0-5 bi;
  • Despesas financeiras: US$ 5-10 bi.

Recuo do petróleo pressiona dividendos e investimentos

O CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, já havia dito que havia poucas chances de a estatal pagar dividendos extraordinários em 2025, devido à baixa dos preços internacionais do petróleo. E o novo plano de negócios incorpora essa preocupação com o recuo da commodity.

🛢️ O barril do tipo Brent era avaliado em US$ 83 há um ano, mas agora gira em torno dos US$ 63. Por isso, a Petrobras trabalha com a manutenção desse valor em 2026 e com um preço de US$ 70 o barril entre 2027 e 2030.

Diante disso, a estatal reduziu em 1,8% o volume de investimentos previstos para os próximos cinco anos, para US$ 109 bilhões. Além disso, prevê uma economia de US$ 12 bilhões, por meio da redução de 8,5% dos custos da empresa, entre 206 e 2030.

Veja aqui os investimentos previstos no Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras

De acordo com a companhia, o Plano de Negócios 2026-2030 prevê otimização de gastos e governança adicional para aprovação de projetos, pois visa "manter a geração de valor com investimentos, preservando a política de dividendos e o nível de endividamento".

"Estamos trazendo mais resiliência para a companhia, o que nos permite manter o compromisso com a nossa política de dividendos e com uma sólida estrutura de capital", afirmou.

Política de remuneração aos acionistas

💰 A Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (caixa operacional menos investimentos) aos acionistas sempre que a dívida bruta ficar abaixo do teto de endividamento definido no plano estratégico em vigor. 

No novo plano de negócios, a companhia manteve essa orientação e também o limite de dívida bruta em US$ 75 bilhões, com convergência ao patamar de US$ 65 bilhões. Além disso, prevê investimentos menores e um fluxo de caixa "resiliente".

Veja as projeções da estatal para esses indicadores, em US$ bi:

  2026 2027 2028 2029 2030
FCO (fluxo de caixa operacional) 35 40 42 42 42
Investimentos caixa 18 20 21 17 17
Dívida bruta 70 67 65 65 65

A Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras também permite a remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada. Contudo, essa possibilidade não consta no novo plano de negócios da estatal.

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