Ouro rompe US$ 3,9 mil e registra novo recorde em meio à crise nos EUA
A disparada ocorre em meio ao aumento das tensões políticas nos Estados Unidos e à perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve.

🚨 O ouro, considerado um dos ativos mais seguros em momentos de incerteza, ultrapassou nesta quarta-feira (1º) a marca inédita de US$ 3,9 mil por onça-troy, renovando os recordes intradia e de fechamento.
O movimento ocorre em meio ao aumento das tensões políticas nos Estados Unidos e à perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato mais líquido, com vencimento em dezembro, encerrou o pregão com alta de 0,62%, cotado a US$ 3.897,50 por onça-troy. Na véspera, o metal precioso havia fechado em US$ 3.873,20.
Durante a sessão, o ouro chegou a registrar a nova máxima intradia de US$ 3.922,70, reforçando a sequência de cinco altas consecutivas.
Shutdown paralisa governo dos EUA
Um dos principais fatores que impulsionaram a corrida pelo ouro foi o início da paralisação parcial (shutdown) do governo norte-americano, após o Senado rejeitar uma medida emergencial de gastos que teria mantido as operações federais até 21 de novembro.
O impasse decorre de divergências entre democratas e republicanos. Os primeiros se opuseram ao projeto devido à recusa da oposição em prorrogar os benefícios de saúde que expiram no fim do ano; já os republicanos defendem que o tema seja tratado separadamente.
Com o shutdown, diversos órgãos públicos tiveram suas atividades paralisadas. Além disso, a suspensão inclui a divulgação de dados econômicos considerados cruciais para os mercados, como o relatório oficial de emprego (payroll), que estava previsto para a próxima sexta-feira (3).
O Departamento de Estatísticas do Trabalho confirmou que os indicadores permanecerão suspensos até a resolução do impasse orçamentário.
Segundo a agência de classificação de risco Fitch, a paralisação não deve impactar a nota de crédito soberano dos EUA no curto prazo, mas seus efeitos sobre o crescimento econômico dependerão da extensão e da duração do bloqueio.
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Apostas em corte de juros reforçam demanda pelo metal
Além da questão política, a alta do ouro também reflete o aumento das apostas de que o Fed cortará os juros em breve.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os mercados precificam 99% de chance de redução de 0,25 ponto percentual na reunião de outubro.
Na terça-feira (30), a probabilidade estava em 96,2%. Atualmente, a taxa básica nos EUA se encontra entre 4,00% e 4,25% ao ano.
Esse movimento foi reforçado pela divulgação do relatório de emprego da ADP, que mostrou a perda de 32 mil postos de trabalho no setor privado em setembro. Em agosto, o dado revisado já havia apontado fechamento de 3 mil vagas.
O resultado contrariou as expectativas do mercado, que projetavam abertura de 50 mil vagas.
O enfraquecimento do mercado de trabalho pressiona o Fed a adotar uma política monetária mais branda, o que tende a enfraquecer o dólar e aumentar a atratividade do ouro para investidores internacionais.
📈 Entre o risco de paralisação prolongada do governo e as expectativas de cortes de juros pelo Fed, o metal precioso reafirma seu papel de porto seguro global em tempos de instabilidade.

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