Os investimentos no exterior mais promissores ainda em 2025

Analistas do BTG Pactual apontam onde estão as oportunidades mais óbvias em tempos de tarifas de Trump.

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Publicado em 05/08/2025 às 15:30h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 05/08/2025 às 15:30h Atualizado 11 horas atrás por Lucas Simões
Com o dólar quase −10% mais barato no ano, brasileiro tem incentivo (Imagem: Shutterstock)
Com o dólar quase −10% mais barato no ano, brasileiro tem incentivo (Imagem: Shutterstock)

O investidor brasileiro que aterrissou na bolsa de valores americana em 2025 percebeu que as tarifas comerciais recíprocas de Donald Trump chacoalharam bastante as carteiras dolarizadas. Por isso, os analistas do BTG Pactual resolveram revelar quais são os investimentos no exterior mais promissores até o final do ano, aproveitando o dólar com desconto de quase −10% e ao redor de R$ 5,50.

Mesmo quem adota uma estratégia mais automatizada na hora de investir lá fora, como, por exemplo, alocando no Vanguard S&P 500 ETF (VOO), que replica o desempenho das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, chegou a registrar prejuízo de −15%, quando as cotas do ETF VOO bateram a mínima em 2025 no início de abril de 2025.

Por outro lado, poucas semanas depois, o ETF VOO recuperou todas as perdas e se valoriza até o início de agosto cerca de +26%. Ou seja, o investidor brasileiro que não entendeu onde estava a fonte de recuperação da bolsa americana e se assustou com a derrocada média do mercado acabou deixando bastante dinheiro na mesa em Wall Street.

Conforme o analista Vitor Melo, especializado em investimentos no exterior, existe agora uma concentração pronunciada de desempenho de poucas empresas americanas de grande capitalização, como a fabricante de chips Nvidia (NVDA).

"Enquanto isso, setores de menor peso relativo no S&P 500 dependeram majoritariamente da expansão dos múltiplos de avaliação, tornando-os vulneráveis a mudanças súbitas do cenário macroeconômico", explica o especialista do BTG Pactual, em relatório.

É por isso que o banco enxerga como mais promissoras as companhias americanas que têm maiores investimentos ligados à inteligência artificial, já que esse é o mesmo seleto grupo em Wall Street que reporta incrementos expressivos de receita.

Leia mais: Investir no exterior: como fazer investimentos fora do país?

S&P 500 está caro, mas tem gatilho ainda

O BTG Pactual reconhece que o valuation no S&P 500 está caro em 2025, negociando a 22,2 vezes o lucro esperado para os próximos 12 meses, valor superior à média dos últimos 10 anos.

"Privilegiamos empresas que combinem capacidade de precificação, solidez financeira e exposição direta a investimentos estruturais em inteligência artificial, além de transição energética, segmentos nos quais o ciclo de investimento tende a ser menos vulnerável a oscilações de curto prazo", comenta o analista.

Além da Nvidia, a bolsa americana tem outras fabricantes de chips usados em projetos de inteligência artificial, como Broadcom (AVGO) e Advanced Micro Devices (AMD). Até mesmo no seleto grupo das Sete Magníficas, acessível pelo ETF MAGS, tem mais uma companhia também bastante ligada à fronteira tecnológica, no caso, a Microsoft (MSFT), dado o seu investimento na OpenAI, a criadora do ChatGPT.

Todavia, enquanto alguns investimentos no exterior são os mais promissores até o final de 2025, o BTG Pactual alerta sobre quais setores ainda podem apresentar desafios às carteiras dolarizadas.

"Ativos mais cíclicos ou com alta sensibilidade aos juros permanecem como opções táticas pontuais, cujo posicionamento dependerá fortemente de correções que ofereçam oportunidades claras em termos de valuation", afirma o banco.

Ou seja, os brasileiros que têm posições em REITs (Real State Investment Trusts), os primos americanos dos nossos fundos imobiliários, ainda vão precisar de paciência, já que o setor sofre bastante com os atuais juros elevados nos EUA, embora a maioria do mercado já espera corte na taxa na próxima decisão do Federal Reserve em meados de setembro.

NVDA

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