Open Finance: Entenda troca de dados sobre investimentos

Com o Open Investment, cliente pode compartilhar carteira para buscar melhores ofertas e serviços no mercado

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Publicado em 05/10/2023 às 19:32h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 05/10/2023 às 19:32h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
BC incluirá câmbio no Open Finance em 2024. Foto: Reprodução/BC
BC incluirá câmbio no Open Finance em 2024. Foto: Reprodução/BC

Programa de compartilhamento de dados do BC (Banco Central), o Open Finance chegou ao mundo dos investimentos. A ideia é que, ao compartilhar informações sobre as suas aplicações com diferentes instituições financeiras, o usuário tenha acesso a melhores produtos e ofertas.

O Open Finance já permitia o compartilhamento de dados financeiros como serviços bancários, crédito e seguros e, desde a última sexta-feira (29), passou a abranger investimentos como ações, fundos, títulos públicos, debêntures e CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

Esta fase do Open Finance foi batizada de Open Investment e permite que os investidores mostrem a sua carteira a diferentes bancos e corretoras, inclusive a instituições em que não tem conta. A única limitação é que as instituições de origem e destino dos dados estejam participando do programa do BC.

Participantes

A lista de participantes do Open Finance é ampla. Todos os grandes bancos estão no programa, assim como corretoras como XP, Rico e Ágora e bancos digitais como Nubank. Ainda assim, o BC trabalha para incluir mais representantes do mercado de investimentos na plataforma.

“O BC está trabalhando para ampliar esse escopo, tornando obrigatória a participação de instituições que são representativas no segmento de investimentos e que são autorizadas a funcionar pela autarquia”, afirmou o assessor sênior do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Matheus Rauber.

A relação de todos os cadastros está disponível no site do Open Finance Brasil.

Opcional

O compartilhamento de dados só acontece por vontade do cliente. E, segundo o BC, segue regras rígidas de segurança. A autoridade monetária disse que, depois de solicitada, a operação ainda passa por processos de confirmação e, quando é autorizada, possibilita a transferência de dados apenas entre as duas instituições indicadas pelo usuário.

Por isso, se você quer mostrar sua carteira de investimentos a outro banco ou corretora, é preciso acessar o aplicativo ou o internet banking dessa instituição financeira para autorizar que ela busque suas informações no banco ou corretora que hoje detém seus investimentos.

O objetivo do BC é que as pessoas tenham poder sobre suas informações financeiras e, dessa forma, consigam ofertas melhores no mercado. “Com o Open Investment, as instituições poderão ofertar produtos e serviços relacionados a investimentos que sejam mais adequados aos seus clientes e que facilitem o gerenciamento financeiro”, afirmou Matheus Rauber

Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) reforçou que “essas informações serão usadas para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados e com melhores custos”.

Desde o primeiro semestre de 2023, as instituições financeiras do Open Finance também eram obrigadas a divulgar as características dos produtos de investimento que comercializam. O objetivo era dar mais transparência ao serviço.

Investimentos

Neste momento, é possível compartilhar informações sobre 11 tipos de investimentos pelo Open Finance:

  • CDB - Certificado de Depósito Bancário;
  • RDB - Recibo de Depósito Bancário;
  • LCI - Letras de Crédito Imobiliário;
  • LCA - Letras de Crédito do Agronegócio;
  • CRI - Certificados de Recebíveis Imobiliários;
  • CRA - Certificados de Recebíveis do Agronegócio;
  • debêntures;
  • títulos públicos federais disponibilizados pelo Tesouro Direto;
  • cotas de fundos de investimento (renda fixa, ações, cambial e multimercado);
  • ações;
  • cotas de fundos de índices listados em bolsa de valores.

O Open Finance, contudo, segue em implementação. Por isso, é possível que outros ativos ainda entrem nessa lista. O BC, por sinal, já pretende permitir o compartilhamento de dados sobre câmbio e credenciamento em 2024.