Lula sanciona lei que amplia isenção do IR e taxa dividendos; veja como fica
Texto isenta quem ganha R$ 5 mil/mês, mas taxa dividendos que superam R$ 50 mil/mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quarta-feira (26) a lei que amplia a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) e retoma a taxação de dividendos.
💲 Com isso, quem ganha até R$ 5 mil por mês não terá mais que pagar IR e quem ganha até R$ 7.350 mensais terá um desconto de até 75% no cálculo do imposto a partir de 2026.
Pelos cálculos do governo, 10 milhões de brasileiros vão deixar de pagar o tributo e 5 milhões vão pagar menos imposto com essas mudanças a partir do próximo ano.
Veja como fica a tabela do IR a partir de 2026:
- Até R$ 5.000/mês: Isento;
- Até R$ 5.500/mês: Desconto de 75%;
- Até R$ 6.000/mês: Desconto de 50%;
- Até R$ 6.500/mês: Desconto de 25%;
- Acima de R$ 7.350/mês: IR de 27,5%.
Custo fiscal
A ampliação da faixa de isenção do IR terá um custo de R$ 25,8 bilhões para os cofres públicos em 2026.
Por isso, o governo também decidiu elevar o imposto dos "super-ricos" e retomar a tributação dos lucros e dividendos para cobrir esse impacto.
Taxação de lucros e dividendos
💸 Com a nova lei, os dividendos que superam os R$ 50 mil por mês estarão sujeitos a uma taxação de 10% a partir de 2026. Os lucros e dividendos enviados ao exterior também serão tributados.
De acordo com o governo, a tributação só deve afetar grandes investidores. Ainda assim, algumas empresas têm discutido a possibilidade de antecipar o pagamento de dividendos para escapar do IR.
Isso porque o texto permite que os dividendos aprovados até 31 de dezembro de 2025 fiquem livres do imposto, mesmo se forem efetivamente pagos até 2028.
Super-ricos
💰 Além disso, a lei estabelece uma alíquota mínima de 10% de IR para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês (ou seja, R$ 600 mil por ano).
A cobrança começa em 2,5% e chega a 10%, quando a renda anual passa de R$ 1,2 milhão (o equivalente a R$ 100 mil por mês). Veja as alíquotas:
- Até R$ 600 mil/ano: Isento;
- Até R$ 750 mil/ano: 2,5%;
- Até R$ 900 mil/ano: 5%;
- Até R$ 1,05 milhão/ano: 7,5%;
- Acima de R$ 1,2 milhão/ano: 10%.
O cálculo será feito com base nos rendimentos recebidos em todo o ano calendário, incluindo lucros e dividendos. Mas não entram nessa conta rendimentos com ganhos de capital, heranças, doações, rendimentos recebidos acumuladamente, além de aplicações isentas, poupança, aposentadorias por moléstia grave e indenizações.
A ideia é que o contribuinte some todos os rendimentos tributáveis e veja quanto de imposto pagou no ano. Se o imposto tiver sido inferior à alíquota mínima estabelecida pelo governo, a diferença terá de ser paga. De acordo com o governo, cerca de 140 mil contribuintes serão atingidos pela mudança.
Clima político
A ampliação da faixa de isenção do IR era uma promessa de campanha do presidente Lula.
Ao sancionar o projeto nesta quarta-feira (26), Lula disse que não era justo o trabalhador pagar 27,5% de IR e os "super-ricos" não pagarem nada de imposto.
A cerimônia reuniu ministros e parlamentares no Palácio do Planalto. Contudo, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PT) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), faltaram.
A ausência escancara a crise política entre o Planalto e o Congresso Nacional, deflagrada pela decisão de Lula de indicar Jorge Messias e não Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Em meio ao impasse, o Senado aprovou na terça-feira (25) uma "pauta-bomba": o projeto que prevê aposentadoria para agentes de saúde e deve elevar os custos do governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou, então, fazer um aceno aos presidentes das Casas.
Haddad lembrou que a isenção do IR não seria possível sem o empenho de Motta e Alcolumbre na tramitação do projeto. Além disso, afirmou que o Brasil precisa muito deles, para "concluir exitosamente esse ano".
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