Livraria Cultura fecha loja da Avenida Paulista

Segundo o STJ, livraria deve mais de R$ 15 milhões em alugueis atrasados.

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Publicado em 02/04/2024 às 19:21h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 02/04/2024 às 19:21h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
(Shutterstock)
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A Livraria Cultura fechou a unidade da Avenida Paulista, em São Paulo. A loja acumula mais de R$ 15 milhões em dívidas e estava ameaçada de despejo.

📚 Em comunicado colado na porta da loja, a Cultura disse que está atendendo apenas através do seu site. Contudo, também prometeu novidades para os consumidores.

Em nota, a Cultura disse não ter conseguido chegar a um acordo com o proprietário da loja, localizada no icônico Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Porém, indicou que vai "procurar um novo espaço que se adapte melhor às demandas e realidades atuais do mercado editorial e varejista".

"O cenário atual do mercado, especialmente acentuado pelas mudanças no comportamento do consumidor, consolidadas durante a pandemia, tornou a manutenção de uma livraria de grande porte como a nossa neste local desafiadora", afirmou.

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R$ 15 milhões em dívidas

⚖️ A Livraria Cultura já havia encerrado as atividades de outras lojas no Brasil nos últimos anos, em meio à crise do mercado editorial e de um processo de recuperação judicial. Agora, fecha a sua última loja física, na Avenida Paulista, na esteira de uma decisão judicial que permitia o despejoda unidade.

Em recuperação judicial desde 2018, a Cultura havia pedido que o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) suspendesse a ordem de despejo autorizada pelo juízo da recuperação judicial para desocupação de imóvel localizado na Avenida Paulista. 

A companhia alegou à época que "o cumprimento da ordem de despejo inviabilizará a eficácia da manutenção do socorro legal e, por certo, implicará na derrocada das suas operações".

O ministro do STJ Raul Araújo, no entanto, negou o pedido da Cultura em fevereiro. Na decisão, o ministro afirmou que a recuperação judicial não pode significar "uma blindagem patrimonial" ou uma "proteção desmedida à empresa, impondo o ônus da reestruturação exclusivamente aos credores que há muito aguardam a satisfação de seus créditos".

Segundo o STJ, a Cultura tem uma dívida de mais de R$ 15 milhões só em aluguéis atrasados desde 2020.