Labubu: Como um “monstrinho” fez ações dispararem e criou um novo bilionário em 24h

As ações da Pop Mart dispararam mais de 500% em um ano, com uma alta de mais de 80% em apenas 24 horas.

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Publicado em 23/05/2025 às 09:59h - Atualizado 3 horas atrás Publicado em 23/05/2025 às 09:59h Atualizado 3 horas atrás por Matheus Silva
O CEO da companhia ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em patrimônio (Imagem: Shutterstock)
O CEO da companhia ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em patrimônio (Imagem: Shutterstock)

🚨 Quando o artista de Hong Kong, Kasing Lung, deu vida a um pequeno personagem excêntrico chamado Labubu, talvez não imaginasse que, anos depois, esse “monstrinho feio e simpático” se tornaria um fenômeno internacional.

Muito menos que ele transformaria a Pop Mart, fabricante dos bonecos colecionáveis, em uma potência do mercado asiático — e seu CEO em um novo bilionário da indústria do entretenimento.

De aparência incomum, que lembra um gremlin com sorriso travesso e dentes afiados, Labubu caiu nas graças do público com sua estética “ugly-cute” — expressão em inglês para os feios bonitinhos.

Mas, além de conquistar fãs ao redor do mundo, o personagem provocou uma verdadeira revolução no mercado de capitais: as ações da Pop Mart dispararam mais de 500% em um ano, com uma alta de mais de 80% em apenas 24 horas, impulsionadas por uma edição limitada da linha.

O resultado direto? O CEO da companhia ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em patrimônio, entrando para o seleto grupo dos bilionários globais em tempo recorde.

Uma estratégia de escassez que virou modelo de negócios

Labubu é o principal rosto da coleção The Monsters, uma das linhas mais rentáveis da Pop Mart, companhia chinesa que opera em mais de 90 países com mais de 2.500 pontos de venda automatizados (roboshops) e 500 lojas físicas.

Mas o segredo por trás do sucesso não está apenas no design diferenciado dos bonecos, e sim na estratégia adotada: os produtos são comercializados por meio das chamadas "blind boxes", embalagens surpresa em que o comprador não sabe qual versão está adquirindo.

Isso gera uma corrida por colecionáveis raros e repetidas compras por parte dos consumidores.

Além disso, edições limitadas e colaborações com grandes marcas aumentam o apelo de exclusividade. Um exemplo é o Mega Labubu Tony Tony Chopper, que pode ultrapassar os R$ 7 mil, com sensor NFC para autenticação digital.

A lógica da escassez e da imprevisibilidade tem garantido vendas robustas e uma base fiel de colecionadores.

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Celebridades e cultura pop aceleram o fenômeno

O hype em torno dos Labubus ganhou ainda mais força com o apoio involuntário de celebridades. Lisa (Blackpink), Rihanna, Dua Lipa e Marina Ruy Barbosa foram vistas com versões do boneco acopladas a bolsas de grife — transformando o brinquedo em item de desejo nas redes sociais e aumentando ainda mais o valor simbólico da marca.

Com essa exposição, o personagem se transformou de simples item de toy art em ativo de cultura pop e instrumento de marketing viral, reforçando a presença da marca entre jovens adultos, fãs de colecionáveis e até investidores.

Resultados financeiros impressionam o mercado

💲 Os números divulgados pela empresa impressionam: em 2024, a Pop Mart dobrou sua receita, alcançando 13 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 1,8 bilhão) — uma alta de 106,9% em relação ao ano anterior. O lucro líquido ajustado subiu 186%, atingindo US$ 472 milhões.

O desempenho mais expressivo veio justamente da linha "The Monsters", seguida por outras franquias como MOLLY, SKULLPANDA e CRYBABY.

O crescimento em mercados como Hong Kong, Taiwan e Europa ultrapassou 375%, o que reforça a presença internacional da companhia.

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Ações sobem forte e criam um novo bilionário

Na Bolsa de Valores de Hong Kong, os papéis da Pop Mart (9992.HK) saltaram de 35 para 216 dólares de Hong Kong em doze meses.

A valorização mais recente, de mais de 80% em um único dia, ocorreu logo após o lançamento de uma nova coleção limitada de Labubus, que esgotou em minutos nas roboshops e no e-commerce da empresa.

A disparada provocou uma onda de reavaliação por parte dos investidores e colocou o CEO da Pop Mart na lista de novos bilionários, com valorização direta das ações que detém na empresa.

Avanço global, mas com desafios no radar

📊Com o sucesso meteórico, vieram também os desafios regulatórios. No Reino Unido, as vendas presenciais foram suspensas temporariamente por conta de aglomerações e riscos à segurança.

Em Singapura, o brinquedo foi parar em esquemas de jogos de azar em redes sociais, o que levou a punições legais.

Na Tailândia, mais de 100 bonecos falsificados foram apreendidos, enquanto a Pop Mart abriu processos contra o uso não autorizado da imagem do Labubu em produtos como doces e bebidas.

Apesar dos obstáculos, o interesse dos consumidores e a performance financeira da empresa seguem em alta — e os investidores, mais confiantes do que nunca.