Justiça do RJ aprova recuperação judicial da Ambipar (AMBP3); dívida é de R$ 10 bi
Decisão suspende execuções contra a empresa e dá 60 dias para apresentação do plano de recuperação; ações sobem 15% no dia.
Na tarde desta quinta-feira (30), a Justiça do Rio de Janeiro deferiu o pedido de recuperação judicial apresentado pela Ambipar (AMBP3). A solicitação foi apresentada no último dia 21 de outubro e pede proteção contra dívidas que vençam nos próximos meses.
A decisão foi assinada pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, da 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital. A magistrada deu um prazo de 60 dias para que a companhia apresente um plano formal de recuperação judicial.
“Consideradas a necessária preservação da empresa como fonte produtora de bens e serviços, sua relevância na geração de tributos e postos de trabalho, bem como o conjunto probatório constante dos autos, defiro o processamento da recuperação judicial do grupo Ambipar, em consolidação substancial”, escreveu.
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A partir de agora, todos os pedidos de execuções contra a companhia de gestão ambiental ficam suspensos até que a administração apresente o plano de pagamento. A decisão ainda garante que a empresa continue operando sem prejuízo ou paralisação das atividades.
De forma provisória, foi nomeado o escritório Carapetcov como administrador judicial do processo, que terá de entregar, em até 30 dias, um relatório. A Ambipar abriu um processo de contratação para um administrador que deve ser escolhido nas próximas semanas.
Por meio de nota, a companhia destacou que a aprovação do pedido de RJ mostra "a importância da empresa para a economia brasileira e para os setores em que atua".
Desde setembro, a Ambipar já contava com proteção contra dívidas, mas de forma cautelar — ou seja, temporária. A empresa alega que tem dívidas que somam mais de R$ 10 bilhões, conforme comunicado enviado à Justiça.
Ao longo desta quinta, as ações da Ambipar apresentaram fortes oscilações, mas se mantiveram abaixo de R$ 0,40. Por volta das 15h, os papéis eram negociados com alta de 15% no pregão, a R$ 0,38.
Desde janeiro, o ticker acumula uma queda de 97%, segundo dados da B3. Em janeiro, cada ação podia ser comprada por cerca de R$ 12, mas a máxima do ano foi de R$ 19. Atualmente, o valor de mercado da companhia é de R$ 650 milhões.
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