Investigada pela PF, Reag (REAG3) pode ganhar novo controlador

A Reag Capital Holding está negociando a venda do controle acionário da sua gestora de ativos.

Author
Publicado em 01/09/2025 às 11:33h - Atualizado Agora Publicado em 01/09/2025 às 11:33h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Reag foi um dos alvos da operação que revelou ligações entre o crime e o mercado financeiro (Imagem: Facebook/Reprodução)
Reag foi um dos alvos da operação que revelou ligações entre o crime e o mercado financeiro (Imagem: Facebook/Reprodução)

Um dos alvos da megaoperação que revelou vínculos entre o crime organizado e o mercado financeiro, a Reag Investimentos (REAG3) pode ganhar um novo controlador.

⚠️ Em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (1), a Reag Capital Holding está negociando a venda do bloco de controle da Reag Investimentos com "potenciais interessados independentes".

O bloco de controle compreende as ações da Reag detidas pela holding e também pelo Reag Alpha Fundo de Investimento Financeiro em Ações. Por isso, representa aproximadamente 87% do capital social total da gestora.

Segundo a companhia, ainda não há definição de preço, estrutura ou cronograma do negócio, nem garantia de que as negociações resultarão na celebração de documento vinculante ou na consumação de qualquer transação.

Por enquanto, "as tratativas compreendem, entre outros, a troca de informações sujeitas a acordos de confidencialidade e discussões preliminares sobre termos e condições econômicos e contratuais da possível transação".

Leia também: Da Faria Lima ao cinema: Quem é a Reag (REAG3), investigada por ligação com o PCC

Busca e apreensão

Maior gestora independente do Brasil, a Reag é avaliada em cerca de R$ 417,3 milhões no momento, segundo dados da B3.

📉 O valor de mercado superava os R$ 500 milhões há uma semana, mas afundou depois que a gestora foi um dos alvos da megaoperação que investigou um esquema fraudulento envolvendo o crime organizado, empresas de combustíveis e o mercado financeiro.

As investigações revelaram que os criminosos importavam e adulteravam combustíveis. Depois, vendiam esses combustíveis em postos parceiros, que sonegavam impostos. O dinheiro obtido com o esquema entrava no sistema financeiro por meio de fintechs e depois era reinvestido através de fundos de investimentos.

Alguns desses fundos eram geridos pela Reag. Por isso, a PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão na sede e nos escritórios da gestora, na Avenida Faria Lima, na última quinta-feira (28).

Leia também: As empresas da B3 que podem ganhar com operação contra o crime, segundo analistas

O que diz a Reag?

A Reag Investimentos disse que foi pega de surpresa pelas investigações e que colaborava "integralmente com as autoridades competentes, fornecendo as informações e documentos solicitados".

🗣️ Em nota de esclarecimento divulgada em seu site, a gestora acrescentou que "refuta veementemente qualquer atuação em estruturas de natureza ilegal".

Além disso, garantiu que "atua em linha com as normas vigentes no mercado financeiro e de capitais" e que "mantém controles internos rigorosos de prevenção à lavagem de dinheiro, em linha com padrão dos reguladores aos quais está submetida".

Em relação aos fundos citados na investigação, a Reag disse que "sua atuação sempre foi diligente e proba, e os fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação".

"A Reag seguirá atuando com ética, diligência e transparência, sem qualquer tolerância a desvios, sempre em colaboração com as autoridades e em defesa de um mercado financeiro saudável e de seus clientes e investidores", concluiu.

REAG3

REAG Investimentos
Cotação

R$ 2,96

Variação (12M)

-37,02 % Logo REAG Investimentos

Margem Líquida

21,86 %

DY

0%

P/L

11,31

P/VP

0.51