Investidores já estão no modo Eleições 2026? Lula e Bolsonaro entram em colisão

Petista segue na estratégia de peitar as tarifas comerciais de Trump e ex-presidente recebe tornozeleira eletrônica.

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Publicado em 19/07/2025 às 11:00h - Atualizado Agora Publicado em 19/07/2025 às 11:00h Atualizado Agora por Lucas Simões
No curto prazo, o Ibovespa segue em forte queda diante do estresse político (Imagem: Shutterstock)
No curto prazo, o Ibovespa segue em forte queda diante do estresse político (Imagem: Shutterstock)

Se ainda parecia distante considerar os efeitos das Eleições 2026 sobre os investimentos na bolsa de valores brasileira, os eventos na última sexta-feira (18), que culminaram na operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), impondo-lhe tornozeleira eletrônica e proibição das redes sociais, agora podem trazer a mudança de percepção.

Ao mesmo tempo, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na estratégia de combater a aplicação das tarifas comerciais de 50% contra os produtos brasileiros anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, aliado público de Bolsonaro.

O petista que vinha marcando desempenho pífio nas pesquisas eleitorais de voto e avaliação de seu atual governo agora passou a ensaiar uma leve recuperação de seus índices de aprovação, como mostrou o recente levantamento Genial/Quaest, dando conta que a aprovação de Lula subiu de 40% para 43% na primeira pesquisa realizada após o anúncio do tarifaço contra o Brasil.

Enquanto todo esse estresse político se desenrola, o Ibovespa passou a cair forte no curto prazo, acumulando desconto superior a −5% desde o último dia 3 de julho, quando o principal índice da bolsa brasileira estava acima de 140 mil pontos.

Por exemplo, no dia em que Bolsonaro recebeu as medidas restritivas da Polícia Federal, o Ibovespa recuou quase −2%, com apenas as ações brasileiras mais resilientes figurando entre as raras altas do dia, casos das transmissoras elétricas Taesa (TAEE11) e Engie Brasil (EGIE3), além da fabricante de motores elétricos WEG (WEGE3), cuja produção e receitas estão focadas nos EUA, além de ser uma das empresas mais defensivas no atual cenário de tarifas de Trump contra o Brasil.

Leia mais: Ibovespa se espatifa, não só por Bolsonaro, mas com tombo de Santander Brasil (SANB11)

Lula e Bolsonaro em opostos

Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Bolsonaro recebeu tornozeleira eletrônica e proibição do uso de redes sociais por causa do seu suposto envolvimento em ações que tentam atrapalhar o andamento do processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado e ameaçam a soberania nacional.

Por sua vez, o governo Lula também vem dobrando a aposta em "guerra ideológica", desde que havia perdido a batalha contra o Congresso Nacional no âmbito do decreto presidencial que busca aumentar o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

Nessa narrativa, o petista apelou ao STF e o ministro Alexandre de Moraes autorizou a elevação do imposto, derrubando os esforços de deputados federais e senadores contrários à medida, em maioria alinhados a Bolsonaro.

Vale destacar também que o desempenho do Ibovespa em dólares nos seis primeiros meses da era Trump coloca o Brasil entre as 10 bolsas de valores no mundo com o melhor resultado, na comparação entre os 21 índices de ações mais relevantes ao redor do globo.

WEGE3

WEG
Cotação

R$ 42,37

Variação (12M)

-9,35 % Logo WEG

Margem Líquida

15,64 %

DY

1.92%

P/L

28,41

P/VP

8,36