Governo Lula estuda 'Vale Carne' de R$ 35 para famílias de baixa renda

O projeto foi apresentado por pecuaristas e recebeu o nome preliminar de "Carne no Prato"

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Publicado em 06/03/2024 às 18:50h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 06/03/2024 às 18:50h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
Foto - Shutterstock
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🍖 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia a possibilidade de introduzir um sistema de vale que permitiria as famílias de baixa renda adquirirem carne bovina.

De acordo com um artigo do jornal O Estado de S. Paulo, a proposta foi apresentada por um grupo de criadores de gado do Mato Grosso do Sul ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). O projeto já recebeu um nome preliminar: "Carne no Prato".

O ministro encaminhou a sugestão para análise da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento Social. Um dos defensores da proposta é Guilherme Bumlai, filho do empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e condenado no âmbito da Operação Lava Jato.

A expectativa é que o programa beneficie até 19,5 milhões de pessoas e aumente a demanda por 2,3 milhões de cabeças de gado anualmente, caso aprovado. O voucher, denominado de "vale carne", teria o valor de R$ 35, suficiente para que as famílias comprem pelo menos dois quilos de carne por mês.

O programa seria destinado apenas às famílias registradas no CadÚnico (Cadastro Único dos Programas Sociais do governo federal), incluindo aquelas que recebem o Bolsa Família. Os vouchers seriam exclusivamente para a compra de carne bovina em estabelecimentos conveniados.

"Recebemos essa proposta de produtores rurais, pecuaristas do Mato Grosso do Sul. Eles acreditam que esse benefício possa facilitar o acesso dos beneficiários do Bolsa Família à carne", disse Paulo Teixeira ao jornal

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, o Bolsa Família alcançava cerca de 21 milhões de lares em janeiro deste ano. Se cada família recebesse um adicional de R$ 35 para comprar carne, o custo total do programa seria de R$ 8,8 bilhões por ano.

Atualmente, a medida não tem o apoio da Casa Civil e do Ministério da Fazenda, que se opõem devido ao alto impacto fiscal.

Lula participou da abertura da 1ª Reunião Plenária Ordinária de 2024 do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) em Brasília. Elisabetta Recine, presidente do órgão, entregou ao presidente um documento com 248 propostas para subsidiar o governo na elaboração do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Um dos decretos assinados por Lula regulamenta o Programa Cozinha Solidária, criado no ano passadp para financiar iniciativas que ofereçam comida gratuitamente ou a preços populares. Outro decreto altera a composição da cesta básica de alimentos.

A aplicação dos decretos será coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Lula destacou a importância de resolver questões burocráticas para combater a fome, afirmando que é uma prioridade máxima do país.