Governa nega debate sobre mudança da meta fiscal
O presidente Lula disse que “dificilmente” o governo atingirá a meta de deficit zero em 2024
Depois de balançar o mercado ao dizer que o governo “dificilmente” atingirá a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com ministros e lideranças do Congresso Nacional para discutir o assunto nesta terça-feira (31). Segundo o governo, a reunião não tratou da alteração da meta fiscal do próximo ano.
Ao final da reunião, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a existência de discussões sobre a revisão da meta fiscal de déficit zero em 2024. Ele disse que a prioridade do governo, alinhada com os parlamentares que participaram da reunião, é avançar com projetos que ampliam a arrecadação federal e, por isso, podem reduzir o rombo das contas públicas.
Veja também: Focus: Mercado eleva projeção para a Selic em 2024
“Não foi discutida meta fiscal. O que foi discutido é que, antes de qualquer discussão sobre meta fiscal, o plano do deficit zero está calcado na aprovação das medidas que ampliam a arrecadação e de justiça tributária que consolidam esse equilíbrio macroeconômico”, afirmou Padilha.
Uma dessas prioridades é a MP (Medida Provisória) que trata da regulamentação das subvenções estaduais na base de cálculo de impostos federais. A MP foi apresentada em setembro pelo governo e tem um potencial arrecadatório de R$ 137 bilhões em quatro anos, sendo R$ 35 bilhões já em 2024.
A reunião sobre a situação fiscal ocorreu no Palácio do Planalto e durou quase duas horas. Além de Lula e Padilha, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, outros sete ministros e aproximadamente 45 líderes partidários participaram do encontro.
Depois de reunir ministros e líderes parlamentares, o presidente Lula ainda teve uma reunião reservada com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Haddad, o encontro foi sobre a "agenda legislativa". O ministro disse que não foi estabelecido um cronograma para a votação de medidas consideradas prioritárias para o governo, como a MP das subvenções. Falou apenas que o assunto "foi conversado".
Déficit zero ainda é dúvida
Apesar da declaração de Padilha, a manutenção da meta de déficit zero em 2024 ainda é uma dúvida. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, evitou falar sobre o assunto novamente nesta terça-feira (31). Ele foi questionado por jornalistas se a meta estava mantida, mas saiu sem responder, como já havia feito na segunda-feira (30).
Na segunda (30), Haddad disse que tem uma meta pessoal estabelecida, que é "buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor". Além disso, negou descompromisso do presidente Lula com a questão fiscal. Haddad não afirmou, por sua vez, se este era o posicionamento do restante do governo.
A despeito da “meta pessoal” de Haddad, outros membros da Esplanada dos Ministérios já estariam discutindo uma meta fiscal alternativa para 2024, possivelmente de um déficit de 0,25% ou 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Na reunião desta terça-feira (31), Lula também teria repetido a intenção de não cortar investimentos no início de 2024.
Na última sexta-feira (27), Lula disse que o governo "dificilmente" chegará à meta de deficit zero em 2024. Além disso, o presidente falou que não vai estabelecer uma meta que obrigue o governo a "começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país".
"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, a gente não precisa disso", afirmou Lula na sexta-feira (27).
Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima
Quais tipos de renda fixa ganham e perdem com a eleição de Trump?
Renda fixa em dólar pode ganhar mais fôlego com juros futuros em alta. Aqui no Brasil, a preferência é por títulos pós-fixados
Tesouro Direto sobe mais de 1% em apenas 1 dia com agito das eleições nos EUA
Juros compostos caem e preços dos títulos saltam na marcação a mercado aqui no Brasil, com ligeira vantagem de Kamala Harris contra Donald Trump
Poupança renderá mais com Selic a 10,75%? Cuidado com o mico
Rentabilidade da caderneta de poupança pode ficar travada pelos próximos cinco anos
Selic a 11,25%: Quanto rendem R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil no Tesouro Selic
Banco Central decide novo rumo da taxa Selic no dia 6 de novembro; renda fixa com liquidez diária pagará mais juros compostos
Tesouro Direto: Melhor travar taxa de 12,50% a.a. ou ter CDB a 110% do CDI?
Tesouro Prefixado 2031 oferece remuneração historicamente alta na renda fixa do governo
Renda fixa premia até 2027 quem investe em Tesouro Selic e CDB fixo no CDI
Taxas dos DIs disparam após subida da Selic, mostrando que renda fixa pós-fixada não perde a coroa até 2027
Tesouro Direto dá lucro com marcação a mercado em dia de eleição nos EUA
Medidas de cortes de gastos pelo governo Lula também provocam queda dos juros compostos na renda fixa brasileira