Fundos de investimentos que renderam quase 30% em 2024 são revelados pela Anbima

Entre resgates e aportes, investidores já aplicaram R$ 186,2 bilhões em fundos no ano até novembro; veja rentabilidades

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Publicado em 09/12/2024 às 19:37h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 09/12/2024 às 19:37h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Fundos de renda fixa que alocam em dívida externa se valorizaram 27,32% em 2024 (Imagem: Shutterstock)
Fundos de renda fixa que alocam em dívida externa se valorizaram 27,32% em 2024 (Imagem: Shutterstock)

💰 Escolher como investir o seu próprio dinheiro na bolsa de valores brasileira também pode ter uma ajudinha dos profissionais do mercado e muitos investidores já são adeptos dos fundos de investimentos. Afinal, no saldo após aportes e resgates, a captação líquida no ano é de R$ 116,7 bilhões.

Conforme dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgados nesta segunda-feira (9), o saldo dos fundos de investimentos no Brasil permanece no azul até novembro, com uma categoria chegando a render quase 30% no período.

Na classe de renda fixa, os fundos de dívida externa, que investem, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos desta categoria pertencentes à União, exibem a maior rentabilidade, com valorização de 27,32% no ano até novembro.

Em termos de captação líquida, os fundos de renda fixa já somam R$ 344 bilhões dos investidores no ano, apesar de o mês de novembro ter registrado mais dinheiro saindo do que entrando, apurando saída líquida de R$ 4,7 bilhões. 

Todavia, esse descompasso da renda fixa no mês passado não representa uma fuga dos investidores para fora da renda fixa, muito pelo contrário, na avaliação de Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.

“Esse foi um movimento pontual. A taxa de juros elevada e as incertezas no quadro fiscal devem continuar estimulando os investidores a buscarem opções de investimento conservadoras, atraindo mais recursos para a renda fixa”, afirma.

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Fundos multimercados e de ações seguem penitência

Na categoria dos multimercados (que investem tanto em renda varíavel quanto renda fixa), as perdas continuam, com esses fundos registrando resgates líquidos de R$ 324,2 bilhões no acumulado do ano. 

📉 Em novembro, as saídas líquidas foram de R$ 24,3 bilhões, resultado que, apesar de negativo, representa uma desaceleração de 77,3% em relação aos saques ocorridos em outubro.

Por sua vez, os fundos de ações sofrem igualmente com mais resgates do que aportes. No ano, as saídas líquidas totalizam R$ 9,5 bilhões. Em novembro, o saldo foi negativo em R$ 3,8 bilhões.

Entre os multimercados, o maior retorno foi obtido pelos fundos do tipo investimento no exterior, que alocam mais de 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros fora do país. 

Tais fundos apresentaram uma rentabilidade de 10,89% de janeiro a novembro, superando o IHFA (Índice de Hedge Funds da Anbima) no período. Já os fundos de ações desse mesmo tipo também se destacaram, registrando um retorno de 5,38% no mesmo intervalo.

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Dólar a R$ 6 ressuscita fundos cambiais?

Embora os dados da Anbima neste levantamento só vão até o mês de novembro, fato é que o dólar já flertava com a barreira psicológica dos R$ 6 e tal fenômeno pode estar reaquecendo uma parte da indústria de fundos de investimentos que só tomava sereno.

Dando nome aos bois, os fundos cambiais, aos poucos, vêm se recuperando. Embora em 2024 a captação desses produtos esteja negativa em R$ 52,7 milhões, em novembro eles obtiveram entradas líquidas de R$ 421,4 milhões, o melhor desempenho mensal da categoria no ano. 

💵 “O panorama econômico atual, caracterizado por volatilidade doméstica e internacional, favorece esses fundos como uma alternativa para mitigar riscos cambiais e preservar o poder de compra fora do país, especialmente em um ambiente de desvalorização do real e pressão inflacionária”, explica Rudge.