Fundo VC levanta R$ 1,6 bilhão para ajudar startups do clima

Objetivo é investir em empresas de estágios iniciais e acompanhá-las nas rodadas subsequentes de investimentos

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Publicado em 22/03/2024 às 14:44h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/03/2024 às 14:44h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Aportes em startups do clima foram impactados nos últimos anos. Foto: Shutterstock
Aportes em startups do clima foram impactados nos últimos anos. Foto: Shutterstock

💡 Há dois anos, o mercado global de VC (Venture Capital) está inundado com baixas recorrentes de aportes financeiros. Tudo começou com a alta das taxas de juros para conter os impactos da pandemia e se intensificou com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Quem mais sofreu nesse meio tempo foram as startups, que não conseguem captar recursos para executar seus projetos. O cenário é ainda pior para as startups com soluções para as mudanças climáticas que, na lista de preferência dos investidores, quase nunca estão nas primeiras posições. 

No entanto, o europeu World Fund pretende dar um gás no setor de VC. Nesta semana, o fundo de tecnologia para mudanças climáticas anunciou a captação de US$ 325 milhões (cerca de R$ 1,6 bi) para apoiar startups desta área. 

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O valor foi aportado por investidores institucionais, caso do Corporate Venture Capital da PwC na Alemanha, além de agências governamentais, como o fundo de pensão da Agência do Meio Ambiente da França.

O sócio-fundador do World Fund, Danijel Višević diz à CBNC norte-americana que enfrentou resistência entre os investidores para arrecadar os valores. “Eles têm ficado tipo, desculpe, isso é demais, você não pode arrecadar mais de 300 milhões”, disse Višević, destacando que os investidores procuram ativos com menos riscos. 

🌤️ Mas esclarece que o objetivo é resolver o que classifica como “vale da morte” na tecnologia climática. Ele se refere ao fato de que essas empresas até conseguem levantar recursos para um pré-seed ou sede, , mas raramente tem alcançado Série A ou B, especialmente depois da crise do Silicon Bank. 

“Sabíamos que precisávamos levantar um grande fundo”, disse Višević. “Mas, mesmo um de 100 milhões de euros, não seria suficiente para ajudar as startups de tecnologia climática na Europa”.

Ele acrescenta que essas empresas têm custos altos, pois precisam construir fábricas e, na maioria das vezes, demoram para dar lucros. A ideia, portanto, é reservar um caixa para investir em startups de estágio inicial e outro para acompanhar outras rodadas e garantir que as iniciativas continuem tendo investimento ao longo do crescimento.