Fundo imobiliário se desfaz de 7 shoppings e põe R$ 800 milhões em caixa

O fundo imobiliário Capitanias (CPSH11) tomou uma decisão multimilionária nas últimas semanas. A gestora informou ao mercado que vai vender sua participação em sete shoppings pelo país e pode embolsar até R$ 800 milhões.

A nova estratégia prevê o uso dos recursos para comprar participações em outros centros comerciais que estejam mais adequados ao atual momento do FII. Isso será feito também por meio da aquisição de cotas em outros fundos de investimento que estão operando com desconto na bolsa de valores.

A venda inclui participações nos shoppings Iguatemi Praia de Belas (RS), Metrô Tatuapé e Boulevard Tatuapé (SP). Esses ativos serão repassados ao XP Malls (XPML11) por cerca de R$ 354 milhões.

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Também está prevista a venda das cotas do Cidade Jardim e Catarina Outlet, ambos em SP, para a JHSF (JHSF3), por R$ 426 milhões. Esse último já é controlado quase que totalmente pela incorporadora.

O fundo também anunciou a compra de uma fatia do Internacional Shopping Guarulhos por R$ 76 milhões. Com as vendas e a aquisição, o endividamento líquido do fundo cai para R$ 443 milhões, e a liquidez chega a R$ 587 milhões.

“Estamos capitalizando o fundo, que vai ser um dos poucos a ter dinheiro nesse momento e a ter vantagem nas negociações”, diz Fábio Cabral Goes, gestor da Capitânia Investimentos. “Não temos pressa para realocar esses recursos; com o CDI a 15%, os recursos estão bem remunerados em caixa”, completa.

Nesta quarta-feira (29), o FII opera com leve baixa na bolsa de valores, com cada cota sendo negociada a R$ 10,25. No acumulado do ano, porém, o avanço é positivo em quase 13%, conforme dados da B3.

Decisão aprovada pelos cotistas

A estratégia de vender parte do portfólio vem sendo ventilada pelo fundo já há alguns meses, tendo sido aprovada pelos cotistas. No caso do Catarina Outlet, havia apreensão sobre um eventual conflito de interesse, mas isso foi descartado pelos investidores, que deram aval para o negócio milionário.

Durante o pleito, 30,6% das cotas decidiram pela venda do ativo, enquanto o mínimo necessário era de apenas 25%. Apenas 0,47% dos aptos foram contrários à decisão, o que possibilitou a venda completa da participação, que somava R$ 119 milhões e ocupava 11% do portfólio do FII.