Foz do Amazonas: Petrobras (PETR4) não desiste e prepara resposta para o Ibama

Companhia vai enviar novos dados para tentar obter a licença ambiental que permitirá a exploração da região.

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Publicado em 30/10/2024 às 19:51h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 30/10/2024 às 19:51h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Petrobras quer perfurar poços exploratórios na bacia sedimentar da foz do Amazonas (Imagem: Ibama/Divulgação)
Petrobras quer perfurar poços exploratórios na bacia sedimentar da foz do Amazonas (Imagem: Ibama/Divulgação)

A Petrobras (PETR4) ainda acredita na exploração da Foz do Amazonas, mesmo depois de técnicos do Ibama recomendarem mais uma vez o veto ao projeto.

Para técnicos do Ibama, a Petrobras ainda não apresentou uma "alternativa viável que mitigue, satisfatoriamente, a perda de biodiversidade, no caso de um acidente com vazamento de óleo".

🧾 Por isso, o órgão pediu que a estatal apresente mais esclarecimentos e dados sobre o plano de proteção à fauna local. Só depois que essas informações forem apresentadas e avaliadas é que o Ibama deve emitir a decisão final sobre o assunto.

Procurada pela reportagem, a Petrobras disse que sua equipe técnica "está detalhando cada questionamento para responder ao Ibama".

A companhia ainda disse que vê "um importante avanço no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, Amapá Águas Profundas".

🗣️ "A Petrobras está otimista e segue trabalhando na construção da nova unidade de fauna no Oiapoque, com o entendimento que é possível realizar a APO (avaliação pré-operacional) para a obtenção da licença para a perfuração em águas profundas no Amapá", disse, em nota.

A companhia mostrou confiança no projeto depois que o Ibama reconheceu, em nota, que a estatal reduziu os tempos de resposta e atendimento à fauna local nos seus últimos estudos, apesar do posicionamento duro dos seus técnicos.

Além disso, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, sinalizou à "Folha de S. Paulo" que o licenciamento ambiental pode avançar caso a Petrobras construa uma base de apoio, para resposta em caso de acidente, nas proximidades do local em que devem ser perfurados poços exploratórios.

No ano passado, Agostinho seguiu o entendimento dos técnicos do Ibama e negou a licença ambiental que permitiria a exploração da região. A Petrobras recorreu e, com isso, pôde apresentar novos estudos ao Ibama, reabrindo a análise.

Leia também: Petrobras (PETR4) obtém decisão favorável em ação ligada à Lava Jato na Holanda

Margem Equatorial

A foz do Amazonas faz parte da Margem Equatorial, área que pode ter reservas de até 30 bilhões de barris de petróleo e gás, segundo as estimativas do governo. Por isso, a estatal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem a exploração da região. 

O projeto, no entanto, é visto com cautela por especialistas, por causa dos seus riscos ambientais. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por exemplo, já disse que a nova decisão do Ibama sobre o assunto "será técnica e livre de interferência política".

Diante desse impasse, a Petrobras já admitiu que não será possível dar início à exploração da foz do Amazonas neste ano. Segundo a estatal, mesmo que o Ibama conceda a licença ambiental, as atividades exploratórias só devem começar em 2025. 

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