Fim da guerra? Trump ‘freia’ tarifa em 125% e diz acreditar em “bom acordo” com a China

A declaração veio após uma reação positiva em Wall Street, que registrou o terceiro maior rali do mercado norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial.

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Publicado em 10/04/2025 às 21:33h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 10/04/2025 às 21:33h Atualizado 3 dias atrás por Matheus Silva
“Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo”, disse Trump (Imagem: Shutterstock)
“Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo”, disse Trump (Imagem: Shutterstock)

🚨 A tensão que há semanas domina os mercados globais parece ter encontrado um ponto de respiro — ao menos temporário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta quarta-feira (9) que não pretende ampliar as tarifas contra a China e demonstrou otimismo sobre a possibilidade de um acordo comercial entre as duas maiores economias do planeta.

A fala vem em um momento crucial, poucas horas após o republicano anunciar uma nova rodada de ajustes tarifários.

Ao mesmo tempo em que determinou a aplicação de uma tarifa mínima de 10% por 90 dias para países que não retaliaram os EUA, ele aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 104% para 125%, com efeito imediato.

Apesar da medida mais dura contra Pequim, Trump surpreendeu ao sinalizar que esse pode ter sido o último movimento na escalada tarifária — pelo menos por enquanto.

“Vamos fazer um bom acordo com a China, tenho certeza”, afirmou o presidente. “Não imaginava que a suspensão das tarifas teria todo esse impacto.”

A declaração veio após uma reação positiva em Wall Street, que registrou o terceiro maior rali do mercado norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial.

O alívio entre os investidores veio com a expectativa de que o conflito comercial possa estar se aproximando de uma solução, mesmo com o endurecimento pontual da retórica.

Pequim também reagiu antes do alívio

Horas antes do anúncio de Trump, o governo chinês havia aumentado as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, como resposta direta às tarifas anteriores impostas pelos EUA, de 104%.

O clima de revanche mútua foi, mais uma vez, instalado — mas a sinalização posterior de Trump em busca de acordo serviu como um fator de equilíbrio.

➡️ Leia mais: Wall Street tem maior alta desde 2020 com pausa tarifária; dólar cai para R$ 5,85

Em tom mais conciliador, o presidente americano também fez questão de minimizar os riscos de uma escalada que vá além do comércio.

“Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo”, disse Trump. “Não deixaria conflito com EUA escalar além do lado comercial.”

Mercados vibram com possibilidade de trégua duradoura

A leitura dos mercados foi clara: a suspensão parcial das tarifas e o tom diplomático foram interpretados como uma possível guinada em direção à resolução da disputa, ainda que sem detalhes concretos de um plano de negociação formal.

A reação foi imediata nas bolsas americanas, que saltaram em um dos maiores ganhos de sua história recente. Investidores aproveitaram o alívio para recompor posições em ativos que vinham sofrendo com a pressão tarifária, especialmente no setor de tecnologia, indústria e consumo.

Embora o discurso mais brando de Trump tenha acalmado os ânimos, o cenário ainda inspira cautela. O histórico de idas e vindas nas negociações comerciais entre EUA e China exige atenção redobrada por parte dos investidores.

A depender da resposta oficial de Pequim, novas rodadas de conversas — ou retaliações — podem surgir nos próximos dias.

📈 Por ora, a sinalização de que novos aumentos tarifários estão fora do radar e a disposição pública de Trump em negociar são vistos como pontos de virada importantes na narrativa que vem dominando o noticiário econômico global.