Estrangeiros tiram R$ 40,12 bilhões da B3 no 1º semestre
Debandada ocorre em meio à manutenção dos juros americanos e do aumento do risco Brasil.

Investidores estrangeiros retiraram R$ 40,12 bilhões do mercado secundário de ações brasileiro no primeiro semestre de 2024. É o pior desempenho para o período desde 2020, no início da pandemia de covid-19.
📉 Para se ter uma ideia, esse resultado anula quase 90% de toda a entrada de capital estrangeiro registrada pela bolsa brasileira em 2023. No ano passado, os gringos ingressaram com cerca de R$ 44,9 bilhões na B3, sendo R$ 17,01 bilhões no primeiro semestre.
A debandada de R$ 40,12 bilhões foi registrada depois que investidores estrangeiros tiraram R$ 4,23 bilhões da bolsa brasileira em junho. Foi o sexto mês consecutivo de saída líquida de capital externo na B3.
Veja o saldo do investimento estrangeiro na B3 em 2024, mês a mês:
- Janeiro: R$ -7,89 bilhões;
- Fevereiro: R$ -9,45 bilhões;
- Março: R$ -5,54 bilhões;
- Abril: R$ -11,36 bilhões;
- Maio: R$ -1,63 bilhão;
- Junho: R$ -4,23 bilhões.
Por que os estrangeiros estão "fugindo" da B3?
A B3 vem perdendo investidores estrangeiros desde o começo do ano por causa da manutenção dos juros nos Estados Unidos. Afinal, juros altos tornam os títulos do Tesouro americano, os Treasuries, mais atrativos do que investimentos de maior risco, a exemplo dos ativos de mercados emergentes como o Brasil.
Havia uma expectativa de que o Fed (Federal Reserve) começasse a cortar os juros americanos no início deste ano. Foi por isso, por sinal, que os investidores estrangeiros ingressaram com força na B3 no fim de 2023. A persistência da inflação americana, no entanto, mudou essa percepção. Hoje, a expectativa é de que os juros comecem a cair nos Estados Unidos apenas em setembro.
💵 Contudo, fatores domésticos também vêm pressionando os ativos brasileiros nos últimos meses. O mercado entende que o governo precisa cortar gastos para cumprir as metas fiscais, mas não vê avanços nesse sentido.
Além disso, as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos juros altos e ao presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, levantaram dúvidas sobre a condução futura da política monetária brasileira.
Ainda há um receio de ingerência política em empresas estatais, dada a recente troca de comando da Petrobras (PETR4). Diante disso, o risco Brasil cresceu e os investidores estrangeiros reduziram a exposição aos ativos nacionais.
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Impacto no Ibovespa
A retirada de capital externo tem consequência direta no Ibovespa, que caiu 7,66% no primeiro semestre. Afinal, os estrangeiros respondem por mais de 50% do volume de negócios na bolsa brasileira.
Há uma expectativa de que o cenário melhore quando os juros americanos começarem a cair. Especialistas lembram, no entanto, que essa melhora dependerá do compromisso do governo com o ajuste fiscal.

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