Empresas e fundos revelam exposição bilionária ao Banco Master; veja prejuízo
Oncoclínicas, Emae, Cedae e fundos de pensão estão entre os credores após a liquidação do banco.
Enquanto a Polícia Federal cumpria mandados de busca e apreensão contra dirigentes do Banco Master, o Banco Central anunciava a liquidação da instituição. Com isso, diversas empresas e fundos de investimentos começaram a fazer o levantamento dos seus prejuízos em relação ao negócio.
Ao menos três grandes empresas do país tinham suas carteiras de investimentos expostas aos títulos de renda fixa do Master. A primeira a divulgar informações foi a Oncoclínicas (ONCO3), que afirmou ter mais de R$ 478 milhões em ativos do banco liquidado.
A rede de saúde disse que já havia provisionado R$ 217 milhões para eventuais perdas financeiras, então, no final, o prejuízo ficou em R$ 216 milhões. Com a notícia, os papéis caíram fortemente nos últimos dois pregões, acumulando uma desvalorização de 17% no intervalo de cinco dias.
A Emae (EMAE3) também veio a público dar mais informações, dizendo que 5,8% do caixa estava alocado em CDBs do Letsbank, que é uma das subsidiárias do grupo empresarial. Segundo informações do Estadão, o valor representaria R$ 160 milhões.
A empresa disse, porém, que a capacidade financeira não foi impactada, já que “mantém posição de caixa suficiente para fazer frente às suas obrigações e ao curso normal de seus negócios". Na quarta, as ações da companhia operavam com baixa de quase 7%, cotadas em R$ 8.
Outra empresa que também afirmou estar entre os credores do Master é a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), que já havia solicitado o resgate de parte dos títulos antes da liquidação extrajudicial. A companhia de saneamento não informou, porém, a porcentagem de CDBs nem a fatia do caixa que estava exposta ao negócio.
“[Estamos] avaliando os impactos financeiros decorrentes do evento, bem como adotando todas as providências cabíveis para a preservação de seus direitos, inclusive no âmbito do processo de liquidação”, destacou.
Além dessas empresas, diversos fundos de investimentos — especialmente de pensões — estão fazendo as contas para entender o tamanho do prejuízo. Só a Rioprevidência, que é responsável pelo pagamento de aposentados do governo do Rio de Janeiro, tinha 20% do seu patrimônio alocado em Letras Financeiras do Master, o que representaria R$ 960 milhões.
"O Rioprevidência ressalta que o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido, não havendo qualquer risco para os segurados do Estado do Rio de Janeiro. Cabe destacar ainda que o valor investido junto à instituição é inferior ao da folha mensal paga pela autarquia aos aposentados e pensionistas, hoje em R$ 1,9 bilhão, custeada em grande parte pela receita de royalties e participações especiais", disse o fundo de previdência.
Segundo informações do Estadão, a lista ainda conta com Amapá Previdência (R$ 400 milhões), Maceió Previdência (R$ 97 milhões), entre outros.
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