Eleições em SP: Debate escancara rivalidades e candidato parte para a “briga”

O encontro foi marcado por ataques pessoais e acusações ferozes, deixando a desejar em termos de propostas concretas.

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Publicado em 02/09/2024 às 13:59h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 02/09/2024 às 13:59h Atualizado 2 meses atrás por Matheus Rodrigues
Desde o início da campanha, os encontros entre os candidatos têm sido marcados por ataques pessoais (Imagem: Shutterstock)
Desde o início da campanha, os encontros entre os candidatos têm sido marcados por ataques pessoais (Imagem: Shutterstock)

📈 Na noite de domingo, 1º de setembro, os cinco principais candidatos à prefeitura de São Paulo se enfrentaram em mais um debate acalorado promovido pela TV Gazeta e o canal MyNews.

Com o primeiro turno das eleições se aproximando rapidamente, marcado para 6 de outubro, o encontro foi marcado por ataques pessoais e acusações ferozes, deixando a desejar em termos de propostas concretas para a maior cidade do Brasil.

Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal(PRTB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) protagonizaram momentos de alta tensão, onde insultos e confrontos diretos tomaram o lugar de discussões produtivas sobre o futuro de São Paulo.

Debate com muitas ofensas e pouca proposta

Logo no início do debate, ficou evidente que o clima seria novamente de animosidade.

Desde o início da campanha, os encontros entre os candidatos têm sido marcados por trocas de farpas e ataques pessoais, e este último não foi exceção.

O mediador do debate, a jornalista Denise Campos de Toledo, teve trabalho para controlar o ambiente, que rapidamente se tornou um campo de batalha verbal.

O prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição, e Pablo Marçal, que vem ganhando tração nas pesquisas, foram os principais alvos dos ataques.

O debate começou com uma troca direta de acusações entre Nunes e Boulos. Nunes acusou Boulos de ser um "invasor", uma referência direta às ocupações lideradas pelo candidato do PSOL.

Boulos, por sua vez, retrucou chamando Nunes de "ladrãozinho de creche", referindo-se a supostos escândalos envolvendo a administração de Nunes.

🚨Leia mais: Onde Pablo Marçal investe seu dinheiro e como dobrou seu patrimônio em 2 anos

Candidatos partem para “briga”

O momento mais tenso da noite ocorreu quando José Luiz Datena se levantou de seu púlpito e avançou na direção de Pablo Marçal, que provocava o candidato do PSDB.

Marçal, conhecido por seu estilo agressivo, chamou Datena de "playboy" e "multimilionário", sugerindo que ele fingia ser mais popular do que realmente é.

Datena não deixou barato e rebateu acusando Marçal de ser um "estelionatário de internet" e um "mentiroso contumaz".

A situação ficou tão tensa que Denise Campos de Toledo precisou intervir, chamando a segurança da emissora para evitar que o confronto se tornasse físico.

O debate foi interrompido para um intervalo comercial, durante o qual o clima foi temporariamente apaziguado, mas a tensão continuou a pairar no ar.

Tabata Amaral mira em Marçal

Tabata Amaral, candidata do PSB, também direcionou suas críticas principalmente a Pablo Marçal.

A deputada federal acusou Marçal de utilizar financiamento irregular para impulsionar suas novas contas nas redes sociais, criadas após a suspensão inicial de seus perfis por ordem judicial.

Tabata chegou a comparar Marçal ao notório traficante colombiano Pablo Escobar, sugerindo que o nome do candidato poderia ser uma "pista de Deus" sobre sua verdadeira natureza.

Além disso, Tabata associou Marçal ao crime organizado, mencionando supostas conexões entre membros de sua campanha e a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

As acusações foram feitas sem apresentar provas concretas, mas Tabata prometeu entrar com um novo processo na Justiça Eleitoral para investigar a situação.

Regras mais duras não evitaram a "baixaria"

📊 Apesar dos esforços dos organizadores para endurecer as regras do debate e evitar comportamentos agressivos, os candidatos continuaram a utilizar o espaço para ataques pessoais e provocações.

A TV Gazeta e o canal MyNews haviam imposto regras mais rígidas, incluindo a possível expulsão de candidatos que violassem as normas de conduta, mas nenhum deles foi de fato excluído do programa.

Para minimizar os conflitos, o debate foi realizado sem a presença de plateia, e cada candidato pôde levar apenas dois assessores ao estúdio.

Contudo, essas medidas não foram suficientes para conter os ânimos exaltados dos candidatos.

Próximos debates e a expectativa dos eleitores

Com o próximo debate agendado para o dia 15 de setembro na TV Cultura, às 21h, e outros encontros programados pela RedeTV!/UOL, Folha de S.Paulo/UOL e TV Globo, os eleitores de São Paulo ainda têm algumas oportunidades para ouvir os candidatos antes de decidirem seu voto.

No entanto, se os próximos debates seguirem o padrão dos anteriores, com mais ataques pessoais do que discussões construtivas sobre políticas públicas, os eleitores podem acabar mais confusos do que esclarecidos.

A crescente polarização e a falta de propostas concretas nos debates têm levantado preocupações sobre o futuro da cidade.

São Paulo enfrenta desafios complexos, como transporte público, segurança, educação e saúde, que exigem discussões aprofundadas e soluções inovadoras.

No entanto, o foco constante em ataques pessoais impede que os candidatos abordem essas questões de forma significativa.

➡️ Confira as próximas datas:

TV Cultura

  • 1º turno: 15 de setembro, às 21h
  • 2º turno (se houver): Data ainda não definida

RedeTV!/UOL

  • 1º turno: 17 de setembro, às 9h30
  • 2º turno (se houver): 17 de outubro, quinta-feira

Folha de S.Paulo/UOL

  • 1º turno: 30 de setembro, às 10h
  • 2º turno (se houver): 21 de outubro, às 10h

TV Globo

  • 1º turno: 3 de outubro, às 22h
  • 2º turno (se houver): 25 de outubro, às 22h