Dólar se aproxima dos R$ 5 com nova política industrial do governo

Dólar subiu 1,23% e Ibovespa caiu 0,81% nesta segunda-feira (22), com o mercado de olho nas contas públicas

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Publicado em 22/01/2024 às 18:31h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/01/2024 às 18:31h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Dólar (Shutterstock)
Dólar (Shutterstock)

O Ibovespa, principal índice da B3, recuou 0,81% nesta segunda-feira (22), aos pontos 126.601 pontos. Já o dólar avançou 1,23% e terminou o dia cotado a R$ 4,9873. 

💵 O dólar vem sendo negociado abaixo dos R$ 5 desde 1º de novembro de 2023, mas voltou a se aproximar da barreira dos R$ 5 nesta segunda-feira (22) em meio a dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal brasileira e à expectativa sobre os próximos dados da economia americana. 

Leia também: Boletim Focus: Mercado reduz projeção para inflação novamente

O mercado não reagiu bem à nova política industrial do governo federal, a Nova Indústria Brasil, que vai direcionar R$ 300 bilhões para o setor até 2026, por meio de crédito, subvenções e exigências de conteúdo local. 

A percepção do mercado é de que o programa pode ser mais uma fonte de pressão para as contas públicas brasileiras. O governo tem uma meta fiscal de déficit zero em 2024, mas precisa ampliar as receitas e controlar os gastos públicos para poder cumprir o objetivo.

Dólar

A cotação do dólar acelerou durante o lançamento da Nova Indústria Brasil, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A moeda chegou a tocar nos R$ 4,99 na máxima do dia e fechou no maior patamar desde outubro de 2023.

📈 O dólar, que começou o ano cotado a R$ 4,85, registra uma alta de 2,75% no acumulado de 2024. A expectativa do mercado é de que a moeda feche o ano cotado a R$ 4,92. A projeção caiu de R$ 4,95 há uma semana, mas foi reduzida no Boletim Focus publicado nesta segunda-feira (22).

Também pesaram nas negociações desta segunda-feira (22) as expectativas sobre as próximas decisões de juros na Europa, na quinta-feira (25), e principalmente nos Estados Unidos, na próxima quarta-feira (31). O mercado espera que o Fed (Federal Reserve) comece a reduzir os juros americanos neste ano, mas monitora os dados da economia americana para calcular qual será o tamanho e quando terá início o corte de juros.

Ibovespa

Diante deste cenário, o Ibovespa voltou a fechar em queda nesta segunda-feira (22), perdendo o patamar dos 127 mil pontos. O principal índice da B3 chegou a bater nos 125 mil pontos na mínima do dia, mas ensaiou uma recuperação na última hora do pregão e fechou aos 126.601 pontos.

📉 Os setores financeiro e de varejo estão entre os que mais sofreram no pregão desta segunda-feira (22), porque as incertezas sobre as contas públicas brasileiras provocaram uma alta nos juros futuros. As ações do Itaú (ITUB4), por exemplo, caíram 1,64%. E as da Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 3,94%.

⚖️ Outro destaque negativo foi da Hapvida (HAPV3), que recuou 5,72% diante das denúncias de que a companhia vem descumprindo sistematicamente decisões judiciais que favorecem os seus beneficiários. Segundo o Estado de S. Paulo, o Ministério Público do Estado de São Paulo abriu uma investigação para apurar o descumprimento das decisões.

A Hapvida disse que vai contribuir com as investigações, mas afirmou que “não possui qualquer política ou diretriz para o descumprimento sistemático ou ordenado de decisões judiciais” em comunicado ao mercado publicado após o fechamento do mercado na sexta-feira (19).