Dividendos vão bater novo recorde no 2º semestre de 2025?
Juros altos, tarifas e taxação de dividendos podem afetar distribuições dos próximos meses.

O pagamento de dividendos bateu recorde na bolsa brasileira no primeiro semestre de 2025. Contudo, no mercado, há dúvidas sobre o ritmo de distribuições dos próximos meses.
💲 Para muitos analistas, os juros altos e as incertezas sobre as tarifas americanas podem fazer com que as empresas atuem de forma mais cautelosa, preferindo fazer caixa a pagar dividendos.
O especialista da Valor Investimentos, Ian Lopes, é um dos que acredita que as incertezas econômicas e geopolíticas devem afetar os proventos deste segundo semestre.
"Essa combinação de juros altos, incertezas globais e tarifas acaba espremendo margens. Então, é de se esperar um pagamento menor de dividendos", afirmou.
Segundo ele, as empresas devem distribuir lucros menores neste momento para segurar um pouco de caixa e, assim, ter condições de passar por possíveis momentos mais conturbados à frente.
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JP Morgan vê alta
No entanto, também há quem diga que as companhias podem antecipar proventos nos próximos meses para tentar escapar da taxação de dividendos que pode entrar em vigor em 2026.
🏦 É o caso do JP Morgan. Olhando para as empresas do setor imobiliário e de bens de capital, o banco chegou até a dizer, em um relatório recente, que o retorno com dividendos poderia chegar a até 73% neste cenário.
O projeto de taxação dos dividendos foi apresentado pelo governo federal, para compensar a ampliação da base de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil. E tramita na Câmara dos Deputados, sob a relatoria de Arthur Lira (PP-AL).
O parecer de Lira, que deve ser votado pelos deputados na volta do recesso parlamentar, propõe manter a isenção dos dividendos aprovados até o final de 2025. Contudo, prevê uma taxação de até 10% a partir de 2026, para os investidores que ganharem mais de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano, em dividendos.
Na dúvida, o que fazer?
Diante da dúvida sobre o que vai acontecer com os dividendos nos próximos meses, a recomendação dos especialistas é que quem investe mirando a renda passiva mantenha uma visão de longo prazo. Afinal, "essas fases são sazonais", como lembrou Ian Lopes.
Além disso, o especialista da Valor Investimentos lembrou que algumas empresas continuarão pagando altos dividendos mesmo no cenário atual de incertezas. Um exemplo, segundo ele, é a Petrobras (PETR4).
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O que aconteceu nos anos passados?
🔎 Segundo o Meu Dividendo, os proventos do segundo semestre costumam ser mais generosos que os dos seis primeiros meses do ano. Ao menos, foi o que aconteceu na bolsa brasileira entre 2020 e 2023.
Em 2021, por exemplo, o volume de proventos pago pelas empresas listadas na B3 quase dobrou na segunda metade do ano, passando de R$ 109,7 bilhões no primeiro semestre para R$ 217,5 bilhões no segundo semestre.
Esse padrão, no entanto, não se repetiu no ano passado e o CEO da Meu Dividendo, Wendell Finotti, também acha que há o risco de isso voltar a acontecer neste ano.
Segundo ele, as empresas listadas na B3 pagaram um volume recorde de R$ 176 bilhões no primeiro semestre deste ano. Porém, “não podemos afirmar que esse excelente resultado do primeiro semestre irá se manter até o final do ano, tendo em vista as incertezas geopolíticas e econômicas que pairam no momento”.
Veja quanto as empresas pagaram em dividendos nos últimos anos:
1º semestre | 2º semestre | Total | |
2020 | R$ 59,9 bi | R$ 69,7 bi | R$ 129,6 bi |
2021 | R$ 109,7 bi | R$ 217,5 bi | R$ 327,3 bi |
2022 | R$ 150,3 bi | R$ 243,2 bi | R$ 393,6 bi |
2023 | R$ 134,3 bi | R$ 137,8 bi | R$ 272,1 bi |
2024 | R$ 164,7 bi | R$ 143,3 bi | R$ 308,0 bi |
Fonte: Meu Dividendo

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