Dividendos das estatais devem voltar a crescer em 2026, sugere governo
Executivo conta com R$ 54,2 bilhões em dividendos das estatais em 2026, mostra Orçamento.

Os dividendos das empresas estatais minguaram neste ano, em meio a desafios como a baixa dos preços do petróleo e o aumento da inadimplência no setor bancário. Contudo, devem apresentar uma recuperação no próximo ano, segundo as projeções do governo federal.
💰 O Executivo espera receber R$ 54,2 bilhões em dividendos e participações das empresas estatais em 2026. O recurso está previsto no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual), que foi apresentado na última sexta-feira (29), e deve ajudar o governo a fechar as contas do próximo ano.
O valor é superior ao previsto para este ano (R$ 41,9 bilhões). Afinal, as grandes estatais listadas na bolsa têm enfrentado desafios e, por isso, reduziram os pagamentos de dividendos e JCP (Juros sobre o Capital Próprio) nos últimos meses.
Maior pagadora de dividendos da bolsa, a Petrobras (PETR4) pagou menos proventos do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre de 2025, por causa do aumento dos investimentos. Além disso, não vê muito espaço para pagar dividendos extraordinários neste ano, devido à redução dos preços do petróleo.
🏦 Já o Banco do Brasil (BBAS3) vem sendo pressionado pelo aumento da inadimplência e das provisões contra perdas esperadas, sobretudo no agronegócio. Por isso, viu seu lucro despencar no primeiro semestre e precisou rever as projeções deste ano, inclusive a de dividendos. O banco cortou a projeção de payout de 40%-45% para 30% e, na sequência, adiou o pagamento dos dividendos deste terceiro trimestre.
Com isso, os dividendos das estatais devem cair ao menor valor desde a pandemia de covid-19 neste ano. O baque só não será maior porque Eletrobras (ELET3) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) seguem ampliando seus lucros e dividendos.
Veja quanto a União recebeu em dividendos de estatais nos últimos anos:
- 2020: R$ 5,5 bilhões;
- 2021: R$ 40,1 bilhões;
- 2022: R$ 86,7 bilhões;
- 2023: R$ 49,4 bilhões;
- 2024: R$ 72,1 bilhões;
- 2025: R$ 41,9 bilhões (estimativa);
- 2026: R$ 54,1 bilhões (estimativa).
O que eu ganho com isso?
A recuperação dos dividendos estatais não deve beneficiar apenas a União, mas todos os acionistas dessas empresas.
🔎 Em 2024, por exemplo, as estatais distribuíram R$ 152,5 bilhões em dividendos e JCP. E a maior parte disso foi para os seus acionistas minoritários e não para o governo.
Enquanto o governo ficou com aproximadamente R$ 72 bilhões (47%) desse valor, os demais acionistas das estatais embolsaram mais de R$ 80 bilhões (53%) em dividendos, segundo dados do Executivo.
Logo, a expectativa de que os dividendos das estatais cresçam no próximo ano é uma sinalização positiva para os acionistas de empresas como Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras.
Vale ressaltar, contudo, que a recuperação esperada pelo governo ainda não eleva os dividendos das estatais para os seus melhores níveis.
O recorde foi em 2022, quando os dividendos das estatais superaram R$ 230 bilhões. O valor foi impulsionado na época sobretudo pela alta dos preços do petróleo, que turbinou os lucros e os dividendos da Petrobras.
Veja quanto as estatais pagaram em dividendos nos últimos anos:
- 2020: R$ 16,0 bilhões;
- 2021: R$ 98,2 bilhões;
- 2022: R$ 232,4 bilhões;
- 2023: R$ 128,1 bilhões;
- 2024: R$ 152,5 bilhões.

PETR4
PetrobrásR$ 29,75
-9,80 %
15,69 %
17.39%
4,96
0.96

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