Como os investimentos podem ser afetados pelo "Um Grande Belo Projeto de Lei" de Trump?

Câmara dos EUA aprova texto que prevê trilhões de dólares em corte de impostos e aumento de gastos com imigração.

Publicado em 03/07/2025 às 20:13h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 03/07/2025 às 20:13h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões

Projeto de Trump entra em colisão com Elon Musk (Imagem: Divulgação/ The White House)

Por uma estreita margem, a Câmara dos Deputados nos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (5) o apelidado "Um Grande Belo Projeto de Lei", defendido pelo presidente Donald Trump, que pode mexer bastante com o mercado de investimentos. Agora, o texto aguarda apenas a aprovação do próprio chefe da Casa Branca.

Isso porque a legislação aprovada pelos congressistas americanos contém trilhões de dólares em cortes de impostos e aumento de gastos com imigração, além de ser compensada parcialmente por cortes significativos no programa de assistência à saúde Medicaid, além de outros programas sociais.

Trump defende que os cidadãos americanos paguem menos impostos, ao mesmo tempo que aumenta gastos em setores estratégicos em sua agenda de governo, em especial, reduzir o número de imigrantes ilegais no país, além de aumentar o orçamento de defesa do país.

Embora as ações americanas (stocks) tenham renovado recordes hoje, nos famosos índices S&P 500 e Nasdaq-100, o custo do projeto de lei ambicioso de Trump também pode encurtar o pavio acesso da bomba relógio já cantada pelo bilionário Elon Musk, fundador da Tesla (TSLA), e que recentemente tem batido boca publicamente com Trump.

Custo de US$ 3,4 trilhões

Segundo os cálculos do Escritório de orçamento do Congresso dos EUA, órgão independente, o projeto de lei bancado pelo presidente republicano pode adicionar US$ 3,4 trilhões nos próximos 10 anos aos US$ 36,2 trilhões já existentes da dívida pública americana, que inclusive é a maior do mundo, embora a Casa Branca discorde de tais projeções.

O próprio Musk foi uma das figuras mais ferrenhas, então associado a Trump, a defender a redução da dívida pública americana, quando chefiou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Fora que o megaprojeto de Trump se dá em um momento ainda conturbado no comércio mundial, visto que as políticas protecionistas do republicano ainda aparam as arestas das recentes tarifas recíprocas com os principais parceiros dos EUA.